“Não está demorando. Foram três
homicídios, com três participantes. Então teve que se fazer nove
laudos”, explicou a diretora do Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico de Pernambuco (HCTP), Ivone França. É a unidade que vem
acompanhando o estado de saúde dos suspeitos desde que o Ministério
Público de Pernambuco (MPPE) ingressou com o incidente de insanidade
mental. De acordo com a Ivone França, o médico responsável pela
avaliação já realizou entrevistas com Jorge, Isabel e Bruna e também
conversou com familiares dos presos para traçar o perfil psicológico.
Como o caso seria muito complexo, o
perito solicitou exames complementares. “Ele pediu um
eletroencefalograma e um teste de Rorschach. Este último é um exame
muito complexo que estuda a personalidade”, indicou. A diretora
exemplificou que foi o exame de Rorschach, que desarticulou a defesa de
Delma Freire, condenada a 32 anos de prisão por planejar a morte da
nora Jennifer Kloker. Os advogados dela tentaram alegar insanidade, mas o
perito negou essa possibilidade.
Ivone França informou que o resultado do
teste Rorschach e do eletroencefalograma serão encaminhados pelo
psicólogo da Secretaria de Ressocialização (Seres) ao HCTP ainda na
primeira semana de abril. “Os exames suplementares vão subsidiar o
entendimento do perito, que deve enviar à Justiça o seu parecer
conclusivo até antes do final do mês”, afirmou. Questionada se alguns
indícios durante a avaliação mental indicam que o trio tem
esquizofrenia, a diretora disse que não foi constatada esta doença
específica. A informação foi corroborada por psiquiatras consultados
pela Folha, que desvinculam o comportamento premeditado e em série do
homem e das duas mulheres para atrair as vítimas.
Fonte: Folha-PE
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