Dilma
foi curada de um linfoma não Hodgkin de grandes células B. Para este
tipo de linfoma — um entre os 20 tipos existentes e que acomete 30% dos
pacientes com a doença — o SUS já aprovou o uso do rituximabe. Mas para o
linfoma não Hodgkin folicular, responsável por outros 20% dos casos, o
parecer prévio da Conitec informou que não foram encontradas evidências
que justificassem o uso do remédio. Em média, o tratamento completo com o
medicamento custa cerca de R$ 50 mil, de acordo com a Abrale. A Conitec
fez o parecer usando informações da Roche, farmacêutica que fabrica o
remédio e pediu à comissão a licença para fornecer o remédio à rede do
SUS.
Agora,
terminado o prazo para consulta pública, a comissão do SUS terá que
divulgar se mudou de ideia ou manterá o medicamento fora da lista
fornecida pela rede pública. De acordo com o Ministério da Saúde, o
parecer final deverá ser anunciado entre os meses de maio e junho. ‘A
comunidade médica internacional inteira recomenda o uso deste
medicamento para o tratamento da doença. É como prescrever penicilina
para tratar pneumonia. Não foi usado um critério médico, mas sim
econômico para vetar o uso do rituximabe ‘, afirma o oncologista Daniel
Tabak, ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer.
Diretor
da Sociedade Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia celular,
Carlos Sérgio Chiattone demonstrou perplexidade com o parecer técnico da
Cointec. O hematologista diz que o documento distorce estudos
científicos que comprovam o efeito do remédio no tratamento do linfoma
folicular, associado à quimioterapia: ‘É de absoluto conhecimento da
comunidade científica no mundo desenvolvido da prescrição da
imunoterapia (classe de medicamento à qual pertence o rituximabe) para o
linfoma não Hodgkin folicular. Até os planos privados, que costumam ser
altamente restritivos com custos, aceitam o tratamento’.
Fonte: Blog do Magno Martins
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