A pesquisa foi feita a partir da análise
de atendimentos de 47,4 mil pacientes em 71 serviços do Sistema Único
de Saúde (SUS) do Distrito Federal e das capitais brasileiras. Todos com
ferimentos provocados por violência ou acidentes. “O trabalho mostra
que o álcool está associado não apenas ao agente da agressão ou ao
causador do acidente, mas também às vítimas”, disse o secretário de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde Jarbas Barbosa. Um exemplo
claro está entre os envolvidos nos acidentes de trânsito: 21,4% dos
pedestres, 22,3% dos condutores e 17,7% dos passageiros apresentavam
sinais de consumo de bebida.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
afirmou que os dados podem ser usados para estabelecer políticas de
prevenção e nortear ações de fiscalização, sobretudo no trânsito. “Os
indicadores mostram que os Estados que apertaram o cerco, fizeram blitze
para fiscalizar o cumprimento da lei seca, reduziram de forma
expressiva o número de acidentes”, afirmou. O ministro em exercício das
Cidades, Alexandre Cordeiro Macedo, também defendeu maior fiscalização.
“Além da conscientização da população e de legislação forte, é preciso
fiscalização”, completou.
O estudo mostrou também que o consumo de
bebida alcoólica foi maior entre pacientes homens: 54,3% dos que
sofreram violência e 24,9% dos que se envolveram em acidente de trânsito
tinham ingerido álcool. Entre as mulheres, os porcentuais foram de 31
5% e 10,2%, respectivamente.
O ministro da Saúde e o ministro
interino das Cidades criticaram o uso de aplicativos para identificar
blitze no trânsito. “Se eu sou contra a associação de álcool e direção,
sou contra aplicativos que ajudam a burlar a fiscalização”, disse
Padilha. De acordo com Macedo, a criação de mecanismos para contornar o
uso destas ferramentas está em discussão, mas requer a aprovação de uma
lei.
Padilha acrescentou que aplicação da lei
seca já começa a trazer resultado, pois houve uma redução no ritmo de
aumento das internações provocadas por acidentes de trânsito, em relação
à frota de veículos. Em 2012, foram 157 mil. Em 2011, 153 mil.
Fonte: Agência Estado
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