Para algumas prostitutas, em especial as de luxo, o público que estará em Brasília nesses dias tem alto poder aquistivo e poderá pagar mais pela hora do programa. Elas garantem que existem muitos homens sozinhos neste tipo de encontro.
O evento, coordenado pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, deve reunir cerca de 20.000 pessoas, entre políticos, assessores, empresários e prestadores de serviço. Para as profissionais do sexo, esse momento é um "prato cheio".
A primeira recepção do Governo Federal aos novos prefeitos aconteceu em 2009. A realização do evento integra as ações de apoio federal à gestão local e ao fortalecimento do diálogo direto entre União e municípios.
A acompanhante de luxo Bruna*, de 29 anos, cobra R$ 400 pela hora do programa e garante que a próxima semana será de bastante serviço. Recentemente, a jovem trocou as próteses de silicone, fez tatuagens em posições estratégicas do corpo e está terminando um curso de Inglês na intenção de se capacitar para receber o público durante a Copa das Confederações, este ano, e no Mundial de 2014.
Profissional do sexo há 14 anos, Bruna* disse que pelo menos uma vez por semestre, períodos em que encontros normalmente acontecem no Distrito Federal, a agenda dela fica lotada durante toda a semana com atendimentos a políticos e assessores. Por conta dessa experiência, a acompanhante de luxo conseguiu formar uma carteira de clientes fiéis que sempre a procuram quando estão na cidade e reúne uma série de histórias que quase sempre são mantidas em segredo. À reportagem do R7, ela revelou uma delas.
— Tem um político conhecido nacionalmente, muito querido pelo povo, que sempre me procura. Ele é de outro estado, casado, tem filhos e vive aqui em Brasília. O problema é que sempre que vem ele pede para que eu chame um amigo travesti, também de luxo, para participar do programa.
Para esses políticos que querem ser mais discretos, o atendimento é feito em domicílio. Bruna* relatou que eles alugam flats, onde descansam nos momentos de folga, e pedem para que ela vá até lá para fazer o programa. O procedimento para entrar, porém, costuma ser burocrático. A acompanhante não pode levar a bolsa e é revistada por um segurança particular, porque é proibido filmar, gravar ou usar de qualquer outro meio que possa colocar, de alguma forma, a imagem pública do político em xeque.
— É uma garantia que eles têm. Só entro com a roupa do corpo e nada mais. Pagam bem, faço o que eles querem, mas a maioria dos atendimentos é assim. Para os que não se importam, mantenho alugado um apartamento no Sudoeste que uso só para receber meus clientes. Meu marido, meus amigos e família não sabem da existência do imóvel.
Bruna* disse ainda que quando há grandes eventos na cidade, com o encontro de prefeitos, o mercado do sexo fica tão aquecido na capital federal que faltam garotas de programa. Por isso, ela e outras amigas mantém contatos com acompanhantes de luxo de regiões do Entorno do DF que são acionadas quando há demanda. Elas são "importadas" com uma certa frequência e ficam com os políticos e/ou assessores enquanto for necessário, com tudo pago, inclusive as passagens de ônibus de ida e volta.
Casas de show e pubs
No entanto, não são todos os políticos que se preocupam com a discrição. Alguns lotam as principais casas de shows e pubs da capital federal com amigos e acompanhantes em "happy hours". O dono de uma empresa responsável por alugar vans para esse tipo de ocasião, Gilberto Menezes, confirmou que o mercado do sexo fica bastante aquecido durante esses eventos políticos.
Ele explicou que prefeitos, vereadores, deputados e assessores alugam as vans dele e os motoristas ficam por conta. A preferência é por duas casas de shows no Sig (Setor de Indústrias Gráficas) e um pub que fica dentro de um hotel de luxo na Asa Sul, área central de Brasília.
— Esses são os lugares onde os políticos que não se preocupam muito com a exposição frequentam com as respectivas acompanhantes.
Economia movimentada
Durante esses encontros, a economia do Distrito Federal, de uma forma geral, fica mais movimentada. O dono da locadora de vans, por exemplo, fica com todos os carros e motoristas ocupados nessas épocas e garante que além do mercado do sexo ficar bem agitado, empresários do setor hoteleiro, donos de restaurantes, boates e até mesmo os taxistas lucram bastante.
— Fica tudo bem agitado, há muita movimentação de dinheiro nessa época.
* Nome fictício a pedido da entrevistada
FONTE: R7
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