A intenção é elaborar um parecer técnico
sobre o prédio que possa apontar as causas do incêndio. O resultado do
trabalho será divulgado na segunda-feira (4).
Técnicos do Instituto Geral de Perícias
(IGP) também voltarão ao local nesta quinta para nova inspeção. Eles já
estiveram na boate na quarta-feira (30), acompanhados de funcionários da
boate e de frequentadores que escaparam sem ferimento. As cinco
testemunhas afirmaram que o incêndio começou no teto do palco. Depois do
trabalho de hoje, o local será lacrado.
“Todos afirmaram que o fogo começou no
mesmo lugar, no teto, do lado direito do palco, onde o vocalista da
banda fazia o show pirotécnico”, afirmou em entrevista coletiva o
delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação.
Conforme a polícia, as testemunhas
também foram unânimes em afirmar que o extintor de incêndio que estava
do lado direito do palco foi acionado, mas não funcionou. Eles afirmaram
ainda que a fumaça demorou entre 40 segundos e um minuto para tomar
conta de toda a boate.
Número de feridos
Um novo boletim sobre o número de feridos que seguem internados em hospitais do estado será divulgado a partir das 11h. De acordo com números divulgados pelo SUS na noite de quarta-feira (30), 134 pacientes estavam em atendimento em hospitais de cinco cidades do Rio Grande do Sul.
Um novo boletim sobre o número de feridos que seguem internados em hospitais do estado será divulgado a partir das 11h. De acordo com números divulgados pelo SUS na noite de quarta-feira (30), 134 pacientes estavam em atendimento em hospitais de cinco cidades do Rio Grande do Sul.
Entenda
De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações
divulgadas até o momento por investigadores, é possível afirmar que:
- O vocalista da banda Gurizada Fandangueira segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos no palco durante apresentações do grupo musical.
- A banda comprou um modelo de sinalizador proibido para ambientes fechados.
- Pelo menos um extintor de incêndio não funcionou ao ser manipulado pelo segurança.
- Havia mais público do que a capacidade de 691 lugares apontada pelos Bombeiros.
- A boate tinha apenas um acesso, para entrada e saída, sem saídas de emergência.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido desde 10 de agosto de 2012.
- Mais de 180 corpos de frequentadores foram retirados dos banheiros da casa noturna.
- Cerca de 90% das vítimas fatais tiveram como causa da morte asfixia mecânica.
- Os equipamentos de gravação de imagens estavam em uma empresa de manutenção
- Era comum a utilização de fogos no palco durante apresentações do grupo musical.
- A banda comprou um modelo de sinalizador proibido para ambientes fechados.
- Pelo menos um extintor de incêndio não funcionou ao ser manipulado pelo segurança.
- Havia mais público do que a capacidade de 691 lugares apontada pelos Bombeiros.
- A boate tinha apenas um acesso, para entrada e saída, sem saídas de emergência.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido desde 10 de agosto de 2012.
- Mais de 180 corpos de frequentadores foram retirados dos banheiros da casa noturna.
- Cerca de 90% das vítimas fatais tiveram como causa da morte asfixia mecânica.
- Os equipamentos de gravação de imagens estavam em uma empresa de manutenção
Prisões
Quatro pessoas foram presas na segunda por conta do incêndio: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr; o sócio, Mauro Hofffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos; e um funcionário do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão, responsável pela segurança e outros serviços.
Quatro pessoas foram presas na segunda por conta do incêndio: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr; o sócio, Mauro Hofffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos; e um funcionário do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão, responsável pela segurança e outros serviços.
Investigação
O delegado Marcos Vianna, responsável pelo inquérito do incêndio na boate Kiss, disse ao G1 na terça-feira (29) que uma soma de quatro fatores contribuiu para a tragédia ter acabado com tantos mortos: 1) o fato de a boate ter só uma saída e a porta ser de tamanho reduzido; 2) o uso de um artefato sinalizador em um local fechado; 3) o excesso de pessoas no local; e 4) a espuma usada no revestimento, que pode não ter sido a mais indicada e ter influenciado na formação de gás tóxico.
O delegado Marcos Vianna, responsável pelo inquérito do incêndio na boate Kiss, disse ao G1 na terça-feira (29) que uma soma de quatro fatores contribuiu para a tragédia ter acabado com tantos mortos: 1) o fato de a boate ter só uma saída e a porta ser de tamanho reduzido; 2) o uso de um artefato sinalizador em um local fechado; 3) o excesso de pessoas no local; e 4) a espuma usada no revestimento, que pode não ter sido a mais indicada e ter influenciado na formação de gás tóxico.
O delegado regional de Santa Maria,
Marcelo Arigony, afirmou também na terça que a Polícia Civil tem
“diversos indicativos” de que a boate estava irregular e não podia estar funcionando.
“Se a boate estivesse regular, não teria havido quase 240 mortes”,
disse em entrevista. “Mas isso ainda é preliminar e precisa ser
corroborado pelos depoimentos das testemunhas e os laudos periciais”,
completou.
Arigony disse ainda que a banda Gurizada Fandangueira utilizou um sinalizador mais barato, próprio para ambientes abertos e que não deveria ser usado durante show em local fechado.
“O sinalizador para ambiente aberto custava R$ 2,50 a unidade e, para
ambiente fechado, R$ 70. Eles sabiam disso, usaram este modelo para
economizar. Usaram o equipamento para ambiente aberto porque era mais
barato”, disse o delegado.
O vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos, admitiu em seu depoimento à Polícia Civil que segurou um sinalizador aceso
durante o show, de acordo com o promotor criminal Joel Oliveira Dutra. O
músico disse, no entanto, que não acredita que as faíscas do artefato
tenham provocado o incêndio. Ele afirmou que já havia manipulado esse
tipo de artefato por diversas vezes em outras apresentações.
Responsabilidades
A boate Kiss desrespeitou pelo menos dois artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas pela casa noturna, como a instalação de uma segunda porta, de emergência. A boate situada na Rua dos Andradas tinha apenas uma, por onde o público entrava e saía. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.
A boate Kiss desrespeitou pelo menos dois artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas pela casa noturna, como a instalação de uma segunda porta, de emergência. A boate situada na Rua dos Andradas tinha apenas uma, por onde o público entrava e saía. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.
A Brigada Militar informou nesta quarta que a boate não estava em desacordo
com normas de prevenção contra incêndios em relação ao número de
saídas. Segundo interpretação da lei, o local atendia as normas ao
possuir duas saídas no salão principal. Mas as portas, no entanto, não
davam para a rua, e sim para um hall. Este sim dava para a rua através
de uma só porta. “Foi um ato possível que o engenheiro conseguiu
colocar”, disse o tenente coronel Adriano Krukoski, comandante do Corpo
de Bombeiros de Porto Alegre.
Jader Marques, advogado de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, disse que a casa noturna estava em “plenas condições” de receber a festa.
Ele falou sobre documentação da casa, segurança, lotação, e disse que a
banda Gurizada Fandangueira não avisou que usaria sinalizadores naquela
noite. O advogado ainda afirmou que o Ministério Público vistoriou o
local “diversas vezes”.
A Prefeitura de Santa Maria se eximiu de responsabilidade
pelo incêndio e entregou alvará para a polícia que mostra data de
validade de inspeção para prevenção de incêndio, feita pelo Corpo de
Bombeiros. A prefeitura afirma que a sua responsabilidade era apenas
sobre o alvará de localização, que é válido com a vistoria do ano
corrente. O documento informa que a vistoria foi feita em 19 de abril de
2012.
O chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, major Gerson Pereira, disse na quarta que a casa noturna tinha todas as exigências estabelecidas
pela lei vigente no Brasil. “Quem falhou, que assuma a sua
responsabilidade. Nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e não
vou entrar em jogo de empurra-empurra”, afirmou.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul abriu um inquérito civil na terça para investigar a possibilidade de improbidade administrativa
por parte de integrantes da Prefeitura de Santa Maria, do Corpo de
Bombeiros e de outros órgãos públicos por terem permitido que a boate
Kiss continuasse funcionando mesmo com as licenças de operação e
sanitária vencidas.
Fonte: G1
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