Estudante de Direito publicou, este mês, no Diário Oficial da União estatuto do partido / Foto: reprodução da internet |
Três décadas depois do fim do
bipartidarismo no Brasil, um movimento surgido no Rio Grande do Sul quer
recriar a Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido criado em 1965
para apoiar a ditadura militar. Apresentando-se como presidente nacional
do grupo, a estudante de Direito Cibele Bumbel Baginski, de 22 anos,
publicou, este mês, no Diário Oficial da União o estatuto da legenda,
etapa necessária para o início da coleta das 500 mil assinaturas
exigidas pela Justiça Eleitoral para que novas siglas sejam registradas.
Em Pernambuco o grupo que quer refundar a Arena é formado basicamente
por jovens, de várias classes sociais, que prometem fazer oposição de
verdade ao governador Eduardo Campos (PSB).
"A oposição pernambucana hoje é nula,
age como a criança que quer algo dos pais, esperneia por besteira, mas
quando recebe o que quer logo se cala, sem tempo de derramar uma
lágrima", avalia o presidente da Comissão Provisória do Estado de
Pernambuco (CPE-PE), João Manoel Times Pimentel Filho, em entrevista por
e-mail ao Blog de Jamildo.
Ele explicou que a ideia de criar uma
sigla de direita surgiu depois que, na avaliação dele, os partidos
políticos desta vertente se entregaram ao que chamou de "interessismo",
admitindo "coligações absurdas em busca de favores políticos e
secretarias de governo".
Questionado sobre os pontos em que a
nova Arena diverge da antiga, João resumiu que, em 1965, a Arena era o
partido do governo e a de agora já aparece no cenário político como
oposição.
"A oposição que será feita pela Arena
será em suma uma oposição fiscalizatória. O povo tem o direito de saber
pra onde vão os recursos, quais empresas estão participado das
licitações, se elas são idôneas, quais projetos de lei os deputados
estão formulando e se eles são de interesse da população", completou.
O presidente também afirmou que não teme
represálias pelo fato de estar tentando fundar a legenda que apoiou a
ditadura militar. "Nosso partido, além do nome, não tem ligação nenhuma
com o governo militar daquela época, até porque a maioria de nós nem era
nascido ainda", disse.
A entrevista durou sete dias, entre
perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. O motivo João explicou em
uma das mensagens: "estamos muitíssimos atarefados". Se depender deles, a
nova Arena (e uma oposição de verdade) vai sair do papel.
Blog do Jamildo
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