quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Em Pernambuco, grupo que pretende recriar Arena quer fazer oposição de verdade a Eduardo

Estudante de Direito publicou, este mês, no Diário Oficial da União estatuto do partido / Foto: reprodução da internet
Três décadas depois do fim do bipartidarismo no Brasil, um movimento surgido no Rio Grande do Sul quer recriar a Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido criado em 1965 para apoiar a ditadura militar. Apresentando-se como presidente nacional do grupo, a estudante de Direito Cibele Bumbel Baginski, de 22 anos, publicou, este mês, no Diário Oficial da União o estatuto da legenda, etapa necessária para o início da coleta das 500 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral para que novas siglas sejam registradas. Em Pernambuco o grupo que quer refundar a Arena é formado basicamente por jovens, de várias classes sociais, que prometem fazer oposição de verdade ao governador Eduardo Campos (PSB).

"A oposição pernambucana hoje é nula, age como a criança que quer algo dos pais, esperneia por besteira, mas quando recebe o que quer logo se cala, sem tempo de derramar uma lágrima", avalia o presidente da Comissão Provisória do Estado de Pernambuco (CPE-PE), João Manoel Times Pimentel Filho, em entrevista por e-mail ao Blog de Jamildo.

Ele explicou que a ideia de criar uma sigla de direita surgiu depois que, na avaliação dele, os partidos políticos desta vertente se entregaram ao que chamou de "interessismo", admitindo "coligações absurdas em busca de favores políticos e secretarias de governo".

Questionado sobre os pontos em que a nova Arena diverge da antiga, João resumiu que, em 1965, a Arena era o partido do governo e a de agora já aparece no cenário político como oposição.
"A oposição que será feita pela Arena será em suma uma oposição fiscalizatória. O povo tem o direito de saber pra onde vão os recursos, quais empresas estão participado das licitações, se elas são idôneas, quais projetos de lei os deputados estão formulando e se eles são de interesse da população", completou.

O presidente também afirmou que não teme represálias pelo fato de estar tentando fundar a legenda que apoiou a ditadura militar. "Nosso partido, além do nome, não tem ligação nenhuma com o governo militar daquela época, até porque a maioria de nós nem era nascido ainda", disse.
A entrevista durou sete dias, entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. O motivo João explicou em uma das mensagens: "estamos muitíssimos atarefados". Se depender deles, a nova Arena (e uma oposição de verdade) vai sair do papel.

Blog do Jamildo

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