quinta-feira, 14 de março de 2013

Cresce o número de pessoas diagnosticadas com doenças renais

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Dor na lombar é um dos principais sintomas das doenças renais
Foto: internet
O número de pessoas diagnosticadas com doenças no rins tem crescido consideravelmente nos últimos anos, inclusive no Brasil. Atenta a isso, a nefrologista Ângela Santos chega a afirmar que os a doença renal crônica "é uma epidemia mundial". Apesar disso, a médica ressalta que muitas vezes as doenças renais crônicas só são descobertas quando o paciente já perdeu até 70% da função dos rins. 
Prova disso é um levantamento estimando que cerca de 2 milhões de brasileiros sofram de doenças renais sem ter conhecimento de sua condição. Por isso, a nefrologista faz o apelo para que as pessoas se submetam a um simples check-up uma vez por ano. O objetivo é diagnosticar as várias doenças renais que são silenciosas e assintomáticas.

"Se o paciente fizer três exames uma vez por ano já vai ajudar os médicos a diagnosticar uma série de doenças. Os exames básicos são uréia, creatinina, sumário de urina. Juntos, esses exames não custam mais do que R$ 15 numa clínica particular", detalha a nefrologista.


Outro cuidado simples é obedecer três regras que deveriam fazer parte do nosso dia a dia, mas que muitas vezes são esquecidas com o corre-corre: beber pelo menos 2 litros de água por dia - mesmo sem sentir sede -, não prender a urina por muito tempo e higienizar as partes íntimas frequentemente. "Esses são cuidados que deveriam fazer parte da nossa cultura, principalmente para nós que vivemos em um clima quente. Nos Estado Unidos, por exemplo, é muito comum você ver as pessoas andando com suas garrafinhas de água".
Dez sinais de doença nos rins e vias urinárias

» Pressão Alta;
» Diabetes;
» Dificuldade de urinar;
» Queimação ou dor quando urina;
» Urinar muitas vezes, principalmente à noite;
» Urina com aspecto sanguinolento;
» Urina com muita espuma;
» Inchaço ao redor dos olhos e nas pernas;
» Dor lombar, que não piora com movimentos;
» História de pedras nos rins.

Ainda segundo Ângela Santos, os males que mais afetam esse importante órgão do corpo humano são os os cálculos (ou pedras) nos rins, infecção urinária e as glomerulonefrite - grupo de doenças renais causadas pela inflamação dos glomérulos. Porém, nenhuma dessas se compara à incidência de doenças renais entre os hipertensos e os diabéticos.

"Cerca de 50% das pessoas que fazem diálise já foram diagnosticadas com diabetes ou hipertensão". Outro alerto que a nefrologista faz é o uso indiscriminado de anti-inflamatórios e exames de constraste. "O anti-inflamatório é um perigo para os rins. As pessoas não fazem ideia de como esse tipo de medicamento é perigoso para quem não tem doenças renais, e pior ainda para quem tem", diz a médica.

O rim é um órgão de extrema importância para o funcionamento do corpo humano porque, depois do fígado, ele é o principal filtro do nosso organismo. Os rins filtram produtos do metabolismo de aminoácidos do sangue, e os excretam, com água, na urina. Para quem não sabe, a urina sai dos rins através dos ureteres e vão para a bexiga, órgão que tem a capacidade média de armazenar cerca de 800 ml de urina.

Por isso a urina é muito importante para que a pessoa identifique se está com algum problema nos rins. Para a nefrologista Ângela Santos, o indivíduo precisa estar atento se o xixi está escuro, espumoso, e se está sentindo alguma dor ou ardor na hora de urinar. "A qualquer sinal diferente é bom procurar um especialista para tratar antes que a disfunção renal se agrave".

A preocupação dos especialistas com os problemas renais são baseados em dados alarmantes. De acordo com o Censo Brasileiro de Diálise de 2011, 91.314 pessoas, no Brasil, fazem o tratamento para insuficiência renal crônica e aguda. Além disso, a cada ano, cerca 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento por hemodiálise ou diálise peritoneal. Em Pernambuco, dados atualizados da Central de Transplantes apontam que 1.584 pessoas estão à espera de um rim.

PACIENTES -
A jornalista Thalyta Duarte, de 26 anos, convive há cerca de 4 anos com uma infecção urinária crônica. A primeira vez que ela sofreu uma crise de infecção urinária foi ao médico e logo foi aconselhada a beber mais água e não contar a vontade de urina. Mesmo seguindo os conselhos, ela voltou a sofrer novas crises, até que foi diagnosticada com a doença crônica. "Quando não estava tendo acompanhamento médico chegou a ter 10 crises em um ano, ou seja, só não tive problemas em dois meses", relata.


Além de beber bastante água e ir ao banheiro sempre que sentir vontade fazer xixi, Thalyta toma outros cuidados para evitar ter reincidência das crises de infecção urinária. "Tento não ficar em pé por muito tempo, para que a bexiga não seja pressionada, e sempre que estou sentada por muito tempo me levanto para dar uma caminhada, além disso procuro sempre higienizar minhas partes íntimas, mesmo quando não estou em casa". Tomando esses cuidados, a jornalista tem mantido uma média bem menor de crises. Segundo ela, nos últimos dois anos só teve crises de infecção duas ou três vezes.

Já o programador Mário Muniz, 32, já sofreu as dores de quem é diagnosticado com cálculos renais. No caso dele, as famosas pedras nos rins apareceram duas vezes, sendo a primeira no início de 2011 e a segunda no ano passado. Nas duas ocasiões, os médicos alertaram Mário de que as suas taxas, entre elas o ácido úrico, estavam bastante alteradas e facilitando a formação dos cálculos renais.


Temendo sofrer mais as fortes dores associadas com as pedras nos rins, há cerca de um ano começou andar de bicicleta como forma de exercícios físicos. "Eu espero não ter mais, porque com os exercícios físicos, no meu caso pedalar bastante, minhas taxas caíram. Além disso tenho bebido água com mais regularidade", ressaltou Mário.

DIA MUNDIAL DO RIM -
Desde o ano de 2006, a Sociedade Internacional de Nefrologia, juntamente com a Federação Internacional das Fundações Renais, comemoram o Dia Mundial do Rim nas segundas quintas-feiras do mês de março, o que significa que esta quinta-feira, dia 14 de março é a data correta para lembrar a importância desse órgão.


Marília Banholzer
Do NE10

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