quarta-feira, 27 de março de 2013

Brasileiro é o internauta que mais navega

Há poucos anos era difícil imaginar que o acesso à internet seria tão facilitado. Mesmo que, no Brasil, ainda tenha várias limitações e não seja o ideal, o País já acumula os títulos de terceiro em quantidade de usuários ativos, cerca de 52,5 milhões de pessoas, e, principalmente, o de nação que mais tempo passa conectada. Passamos uma média de 43 horas e 57 minutos, no último mês de 2012, segundo o Net Insight, estudo realizado pelo Ibope Media.

Entre as principais atividades estão, sobretudo, a interação nas redes sociais, sites de busca, portais e o uso do e-mail. Só no primeiro mês deste ano, os brasileiros passaram, aproximadamente, 10 horas e 26 minutos navegando nas redes sociais, 13,5% a mais que no ano passado. Os sites de vídeos também tomaram bastante tempo desses usuários. Dados apontam que essa atividade cresceu 14,8%, com 1 hora e 52 minutos.

A compra online, no entanto, tem se destacado, cada vez mais, como uma das principais atividades do brasileiro na rede mundial de computadores, segundo o CEO do Busca Descontos, Pedro Eugênio. “O aumento do número de usuários na internet e do tempo gasto na navegação refletem um cenário positivo para o e-commerce”, afirma. E as perspectivas são as melhores para o setor.

Só em 2012, as vendas no comércio eletrônico cresceram 29% e movimentaram R$ 24,12 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). “Atualmente, o Brasil tem uma das maiores taxas de e-commerce. Para 2013 o setor deve crescer mais de 20%. Produtos de Informática, eletrodomésticos e eletroeletrônicos são os mais consumidos pelos brasileiros”, disse Pedro Eugênio.

Os franceses são a segunda nação a dedicar mais tempo de suas vidas conectados à rede mundial de computadores. No último mês de dezembro, eles gastaram, em média, 39 horas e 23 minutos. Na terceira colocação está a Alemanha, com 37 horas e 23 minutos gastos por usuário. Os usuários que colocam o Brasil nessa posição, normalmente, estão dentro da faixa etária de 25 e 49 anos.

O professor de Letras, Felipe Gonçalves, de 31 anos, confessa que não sabe quanto tempo passa conectado, mas garante que consegue manter um equilíbrio. “Tem dias que passo muito tempo, outros não. Mas meus equipamentos estão sempre ligados e conectados”, afirma o professor que utiliza a rede para fazer, sobretudo, downloads de músicas, pesquisas, transações bancárias e algumas compras.

“Lembro da vida sem a internet. Sinto falta da concentração que tinha. Agora, não consigo ter o mesmo foco de ler grandes livros em intervalos pequenos de tempo, por exemplo”, comenta Felipe, que para evitar o vício, evita conectar-se por meio de dispositivos móveis. “É muito louco as pessoas não conseguirem viver mais sem internet. Estar conectado não é sinônimo de estar navegando o tempo todo”, pontua.

Nem todos, no entanto, estão atentos como Felipe. De acordo com o psicólogo Alexandre Nunes, isso está muito ligado à educação. “Será que somos educados para o uso da tecnologia? Temos um quantitativo que aponta para um contingente enorme de uso. Agora, para que estão acessando e usando?”, questiona o professor, que diz que esse uso deve ser colocado em debate.

“Temos que lembrar, também, que se trata de algo muito novo. Isso aconteceu, por exemplo, quando o celular começou a se popularizar. Acredito que a tendência é que as coisas saiam do modismo e as pessoas comecem a questionar a importância de cada ferramenta e a distinguir uso que dá sentido, o uso que não acrescenta em nada e o uso da dependência, que já é patológico”, concluiu Alexandre Nunes.

 Fonte: Folha-PE

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