
O estudo ouviu 120 mulheres com aids, de
35 a 50 anos de idade. Do total, 60% disseram ter tido algum quadro de
depressão logo após terem recebido o diagnóstico da doença. “Essa
prevalência de depressão entre mulheres com HIV] é cerca de duas vezes
maior que a encontrada na população em geral. Isso mostra o quanto a
infecção por HIV é um fator associado à depressão e o quanto essa
população é vulnerável, precisando de uma atenção especial para esse
aspecto da saúde mental”, disse a psiquiatra Valéria Mello, autora do
estudo, em entrevista à Agência Brasil.
“O fato de estarem com HIV e o fato de
saberem que estão com HIV já é um fator de estresse muito grande. E tem
também o fato de já terem adoecido. A maioria das mulheres que estava
deprimida já tinha ficado doente”, explicou Valéria.
A maioria das mulheres, de acordo com
Valéria, revelou ter um relacionamento estável. E mais da metade delas
afirmou ter sido contaminada com HIV pelo cônjuge.
Segundo a psiquiatra, que trabalha há
mais de dez anos na área, muitas mulheres com HIV ainda sofrem
preconceito, embora o tratamento tenha avançado. “A parte da saúde
mental dessas pessoas é um problema enorme. Existe ainda muito
preconceito, tem o fato das pessoas ainda precisarem tomar remédios,
existem as dificuldades de relacionamento afetivo. São várias
dificuldades que as pessoas que vivem com essa doença vão enfrentando”,
disse a psiquiatra.
Para ajudar as mulheres com a doença,
Valéria aconselha atendimento psicológico nos centros de tratamento das
cidades ou que busquem apoio em organizações não governamentais, onde
poderão compartilhar experiências com quem sofre do mesmo problema.
Entre 1980 e 30 de junho de 2011, foram
registrados 212.551 casos de aids no estado de São Paulo, segundo dados
do Centro de Referência DST/Aids de São Paulo. Do total, 67.193 eram em
mulheres. De acordo com o Instituto Emílio Ribas, que oferece apoio
psicológico e psiquiátrico para os pacientes com HIV e aids, só no ano
passado, foram feitas 3,8 mil consultas psiquiátricas e 11,2 mil
atendimentos psicológicos no ambulatório da instituição.
Fonte: Folha-PE
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