
Os dados foram divulgados hoje (6) no
relatório De Olho nas Metas, do movimento Todos pela Educação (TPE)*. A
entidade estabelece que até 2022, 98% ou mais dos jovens e crianças
entre 4 e 17 anos estejam matriculados e frequentando a escola.
Para que essa meta seja cumprida, seria
necessário que em 2011, ano referente ao levantamento, 94,1% dos
brasileiros dentro da faixa etária estivessem na escola. O número atual
corresponde a 92%. Em relação aos que ficam de fora, em números
absolutos, o estudo os compara a toda a população uruguaia (cerca de 3,4
milhões de pessoas).
De acordo com o relatório, houve melhora
no índice, mas ele ainda é insuficiente. Alguns estados como Acre,
Amazonas e Rondônia com índices pouco acima dos 70% em 2000, conseguiram
espaço em uma década e tiveram as maiores taxas de crescimento de
matrículas. Em 2011, o Acre apresenta 88,9% dos jovens e crianças
matriculados, o Amazonas, 88,7% e Rondônia, 86,3%.
Esses estados e mais o Amapá, no
entanto, ainda apresentam, em termos percentuais, os maiores índices de
pessoas nessa faixa etária fora da escola, de 11% a 13% da população de 4
a 17 anos. Em números absolutos, o estado mais rico, São Paulo, é o
onde existe o maior número de jovens e crianças fora das salas de aula:
575 mil alunos, o que corresponde a 6,6%. Minas vem em segundo lugar,
com 367 mil alunos (8,3%).
As maiores defasagens encontram-se na
“entrada”, na pré-escola, e na “saída”, no ensino médio, do sistema
educacional. “A expansão na oferta de vagas
na educação básica, ocorrida nos últimos anos do século 20 e início do
21, concentrou-se principalmente no ensino fundamental. Nas pontas, ou
seja, na educação infantil e no ensino médio, houve pouco avanço”, diz o
texto. Na pré-escola, “a cada cinco crianças brasileiras entre 4 e 5
anos de idade, uma não encontra vaga. O país precisaria criar 1.050.560
vagas para atender todas as crianças nessa faixa etária”.
“A educação infantil passará a ser
obrigatória a partir de 2016 e será o desafio dos próximos gestores
municipais. Os dados não chegam a ser alarmantes, mas são preocupantes,
existe 1 milhão de crianças para ser incluído no sistema de ensino em
quatro anos”, diz a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila
Cruz.
No ensino médio, a taxa de evasão de
2010 foi 10,3%, maior que as dos anos iniciais (1,8%) e finais (4,7%) do
ensino fundamental. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), citados no relatório, 40,3% dos jovens
evadidos deixam o sistema alegando falta de interesse. O mesmo estudo
mostra que parte considerável dos jovens entre 15 e 17 anos ainda não
chegou no ensino médio, 31,6% estão no ensino fundamental.
Segundo dados da Pesquisa Mensal de
Empregos (PME), em artigo no relatório houve, de 2004 a 2012, um avanço
de 169% na frequência de cursos de natureza profissionalizante por
estudantes nessa faixa etária, o que leva a crer que alguns desses
jovens deixam a escola para se inserir no mercado de trabalho.
Fonte: Agência Brasil
0 comentários:
Postar um comentário