A audiência de conciliação definiria se o
processo teria prosseguimento ou se haveria acordo entre as partes. No
entanto, compareceram apenas os representantes das três torcidas com
seus respectivos advogados, o promotor José Bispo, pelo Ministério
Público de Pernambuco (MPPE) e o juiz titular do Jetep.
“Mesmo intimada, a FPF não apareceu. Por
se tratar de um processo cível, e não criminal, a lei diz que o
processo deve ser extinto sem resolução do mérito caso não haja
representante do autor da ação na audiência. Foi exatamente o que
aconteceu. O MPPE ficou de mãos atadas. Agora, tudo voltou à estaca
zero. Vamos esperar o que vai acontecer daqui pra frente. Se ocorrem
novos casos de violência, nosso papel no MPPE será provocar a Justiça e
entrar com uma nova ação”, explicou o promotor José Bispo.
O cadastramento e a versão da FPF
O presidente da Federação Pernambucana
de Futebol, Evandro Carvalho, argumenta que a entidade decidiu encerrar o
processo depois de analisar a constitucionalidade do cadastramento
imposto às organizadas – medida que era tratada como uma solução prática
para tentar coibir a ação dos vândalos infiltrados nas torcidas.
“Depois de algumas reuniões com
representantes da Justiça, entendemos que seria inconstitucional tentar
impor o cadastramento. As organizadas são entidades privadas e só elas
podem exigir o cadastramento de seus membros. É algo que foge da alçada
da Federação. Foi um exagero de nossa parte achar que seria possível
obrigá-las a acatar tal medida. Por isso voltamos atrás. Seria algo
frágil judicialmente. Cairia mais à frente”, explicou Carvalho.
De acordo com o presidente da FPF, ainda
que a entidade não tivesse mudado de opinião, seria impossível assumir o
ônus do cadastramento, pois, segundo ele, a verba federal requerida
para a implantação do projeto não foi liberada, mais um ponto que gerou o
enfraquecimento da causa. Extinção do processo à parte, Carvalho
lembrou: há mais de dois anos, corre na Justiça uma ação do MPPE que
pede a extinção das organizadas.
Fonte: G1 PE
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