Após reunião, nesta semana, com o autor
da proposta e o relator, o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL), Cardozo
teria pedido um abrandamento da pena para quem fosse flagrando com pouca
quantidade de entorpecente, o que aproximaria a pena, nesses casos, da
atual. A principal alegação do ministério aos deputados, para que a pena
fosse abrandada em casos específicos, é a superlotação dos presídios.
“Insistimos que o pequeno traficante é
tão nocivo quanto o grande, porque dissemina a droga igual”, destacou
Terra. A proposta que será apresentada nesta sexta-feira pelo ministério
tentará uma saída intermediária: contemplará o aumento da pena, porém
com atenuante aos pequenos traficantes. O secretário nacional de
Políticas sobre Drogas, Vitore Maximiano, foi escalado para finalizar o
texto. O projeto, que deve ser votada na Câmara dos Deputados na próxima
semana, trata ainda do financiamento de comunidades terapêuticas e das
internações involuntárias, o que já havia sido acordado anteriormente
com o Palácio do Planalto.
As previsões passariam a fazer parte da
lei que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas,
em vigor desde 2006. Em relação à internação involuntária, o texto
atende uma reivindicação de juízes, que pediam a transferência da
responsabilidade de internação involuntária para postos de saúde. Caso a
proposta seja aprovada, levar um usuário de drogas para tratamento
contra a vontade dele será menos burocrático.
“Há uma corrente segundo a qual o doente
crônico de dependência química não perde o livre arbítrio e, por isso,
interná-lo contra a vontade deve ser uma decisão da justiça. Como médico
considero diferente. O transtorno da droga é grave e impossibilita o
discernimento”, explicou o autor da proposta. O tratamento em
comunidades terapêuticas será voluntário e devem receber investimento do
governo. “Elas foram criadas por omissão do Estado e, agora, se tiverem
orientação, protocolo técnico adequado, tem condições de ampliar rede
de atendimento.”
Fonte: Estadão
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