
Agir como outra criança que precisa de
atenção é um dos fatores que dá pontos extras aos homens da casa. As
participantes do estudo alegaram que, após um dia corrido no trabalho,
atenção e preocupação com as crianças e cuidados com a casa, muitas
vezes não sobra disposição para se dedicar ao marido, o que acaba gerando cobrança e falta de compreensão – de ambos os lados.
A psicóloga Helena Maffei Cruz, da
Associação Brasileira de Terapia Familiar (SP), explica que este tipo de
conflito é normal, principalmente após o nascimento de um filho. Por
tudo o que a mulher passa na gravidez, incluindo
alterações hormonais, a maternidade é, segundo a especialista, uma
experiência emocionalmente forte, que a deixa sensível e preocupada com a
fragilidade do bebê. “Já o homem se vê perdendo o lugar de único objeto
de atenção da esposa. Não raro, suas próprias fragilidades e
dependências ficam à flor da pele e, muitas vezes, ele sequer consegue
entender o porquê”, explica.
Por isso, acontece um descompasso na
rotina do casal. “Para o pai pouco se altera. Ele continua saindo para
trabalhar e faz suas atividades normais ao longo do dia. A mulher tem,
no mínimo, quatro meses de licença e precisa aprender os ritmos do bebê,
amamentar, perder o peso que ganhou na gravidez e voltar a olhar para
si como a mulher do marido”, reflete a psicóloga.
A boa notícia é que todo período de
adaptação passa. A terapeuta familiar Márcia Moreira Volponi, da PUC-SP,
explica que a maturidade do casal no sentido de compreender que a
história mudou com o nascimento do bebê acontece com o
tempo. O mais importante é que que marido e mulher entendam que não
podem abrir mão das necessidades que tinham antes da criança, como sair,
viajar, conviver com amigos e, claro, namorar.
Uma ajuda vai bem
Mas, não é só a dificuldade de dividir a
atenção entre marido e filho que tem estressado as mulheres. A falta de
comprometimento dos homens com as tarefas domésticas é mais uma lenha na fogueira feminina. Uma em cada cinco participantes da pesquisa do Today.com
afirmou não receber a ajuda suficiente do companheiro. Aí fica mesmo
difícil não se estressar com um monte de louça para lavar na pia ou uma
cama bagunçada.
Um levantamento recente feito pelo
Instituto Pew Research (também nos Estados Unidos) mostrou que, de uns
tempos para cá, os homens estão assumindo maiores cargas do serviço de
casa, o que inclui cozinhar e cuidar das crianças. Porém, as mulheres
continuam gastando duas vezes mais tempo com os filhos,
independentemente de trabalharem foram de casa ou não.
“As novas gerações começaram a
questionar o papel de pai-provedor, antigamente estabelecido. Hoje, a
sociedade espera que os pais sejam presentes, levem seus filhos ao
parquinho, ensinem a andar de bicicleta e que ajudem também nas tarefas
de casa”, diz a psicóloga Helena Maffei. Para os homens que ainda não
entraram nessa nova era, a dica é manter um diálogo aberto. Expor suas
necessidades e pedir ajuda ao companheiro é uma boa forma de tentar
dividir melhor as tarefas.
Um outro estudo liderado pela
Universidade de Utah (EUA), mostrou que os casamentos são mais felizes
quando marido e mulher dividem as atividades de casa. “Quando a mulher
percebe que o marido está envolvido com as tarefas, o relacionamento
fica melhor para ambos. Fazer atividades domésticas e demonstrar
engajamento com os filhos são coisas que fazem os homens se conectarem
mais a elas”, conta Adam Galovan, um dos autores do texto.
Para não deixar a relação esfriar
Estresse e irritação fazem parte do
ambiente familiar. O que não pode é deixar que essas chateações se
tornem grande parte do dia do casal. Confira três dicas simples para você não deixar o casamento esfriar após o nascimento dos filhos. Confira:
1. Conversem bastante.
Para quê sofrer em silênico? Se alguma coisa não está boa, a primeira
coisa que você deve fazer é expor o problema ao companheiro. Só assim
vocês vão conseguir pensar em soluções.
2. Ache tempo para vocês. Não
estamos falando exclusivamente de sexo. Depois do nascimento do filho, é
importante que o casal ache uma brecha para conversar, se abraçar e
passarem um tempo juntos – e sozinhos. Nessa hora, vale contar com o
apoio de amigos e familiares para cuidar das crianças. Ainda que vocês
bebam um bom vinho e falem o tempo todo das crianças, um momento como
nos velhos tempos reanimará a relação.
3. Não infantilize a relação.
Viver com uma criança faz você falar com vozinhas esquisitas e fazer
brincadeirinhas “de criança”. Porém, nada de usar esses truques enquanto
conversa com o companheiro (ou com qualquer parente ou amigo). Não se
esqueça que antes de virarem pai e mãe, vocês eram marido e mulher.
Fonte: Revista Crescer
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