ARCOVERDE – Uma das prostitutas mais famosas desta cidade do Sertão, Nivalda Rafael de Siqueira, 64 anos, conhecida como Nena Cajuína, será homenageada pela Câmara de Vereadores. Em data que será marcada, receberá a Medalha Cardeal Arcoverde, uma das comendas mais importantes do município. A iniciativa provocou polêmica e levantou discussões sobre prostituição e preconceitos que cercam a profissão. Cheia de aventuras e sofrimento, a vida de Nena retrata a trajetória de muitas mulheres que acabaram seguindo o mesmo caminho. Mesmo sendo homenageada, ela diz que tem vergonha e não vai receber a comenda.
No primeiro encontro, Nena Cajuína passa o semblante fechado e carrancudo, imagem que desaparece quando a conversa ganha ritmo. A homenageada só concordou em falar com a reportagem do JC após a interferência de uma amiga, a vereadora que propôs a condecoração. O encontro ocorreu em uma casa alugada no bairro São Cristovão. Não fossem as mulheres de short que jogam dominó na sala de entrada, seria um bar como muitos outros. Mas o local também funciona como casa de prostituição.
Nena Cajuína conta que começou a se prostituir aos 13 anos. Sua mãe era lavadeira e ela levava e trazia roupas dos clientes. Entre eles, estavam as mulheres que trabalhavam num bar de prostituição chamado Dina Drink’s. “Fui conhecendo o pessoal e aí achei melhor ficar lá do que carregar roupas. Eu fiquei nesse bar até uns 35 anos. Morava na casa da minha mãe, mas toda noite ia pra lá.”
DA REDAÇAO COM O JORNAL DO COMERCIO.COM
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