Hoje tudo mudou depois de sua morte (O seu filho o Cacique Marquinhos é um grande líder indígena de expressão nacional e internacional). Veja algumas frases de Chicão proferidas em um de seus discursos feito na Serra do Ororubá!
“Nós não temos a terra como um objeto de especulaçãoA gente sabe que quando Deus criou a terra, Ele não criou para ninguém fazer da terra um comércio”“Então se nós dependêssemos unicamente dos parlamentares brasileiros, então, dos índios do Brasil, não existiria mais nenhum, o resto já tinha sido todo morto queimado, assim como queimaram Galdino”
“Vocês têm certeza, têm consciência de que eu sou ameaçado”“de que eu sou ameaçado…”
LÍDER DO POVO XUCURU É ASSASSINADO EM PERNAMBUCO
“Calaram uma voz mas não calarão a nossa luta”. Esta manifestação indignada é do Povo Xucuru do município de Pesqueira, onde na manhã do dia 20 de maio o cacique Xucuru, Francisco de Assis Araújo – o Chicão, como era conhecido – foi assassinado. Ele foi emboscado por pistoleiros e morto com dois tiros na cabeça e dois nas costas, no bairro Xucuru daquela cidade, no Estado de Pernambuco.Desde 1986 Chicão recebia ameaças de morte por sua luta em defesa da terra. O povo Xucuru, cuja população é de 7.500 pessoas, vive numa área de 2.000 hectares, mas seu território tem uma extensão de 27.555 hectares. O restante, 25.555 hectares, está invadido por 181 fazendas. No dia 16 de maio passado, os indígenas tomaram uma dessas fazendas, com 600 hectares, que havia sido irregularmente adquirida por um comerciante. Em 1995, o advogado da Funai, Geraldo Rolim da Mota Filho, foi assassinado a mando dos fazendeiros, por ocasião do início da demarcação física da área. Chicão era a principal testemunha deste assassinato.
O corpo de Chicão foi velado no bairro Xucuru e no dia 21 pela manhã transferido para a aldeia Vila de Cimbres, onde o bispo da Diocese de Pesqueira, Dom Bernardino Marchio, fez uma celebração. Após a celebração o corpo foi transladado para a aldeia Pedra D’Água, onde Chicão era cacique.O sepultamento está marcado para sexta-feira, 22, na mata de rituais do povo Xucuru.Lideranças indígenas de 56 organizações e 157 povos, participantes da V Assembléia da COIAB, divulgaram nota exigindo providências imediatas para os responsáveis por crimes e toda forma de violência contra os indígenas, bem como agilização dos processos em curso na Justiça e demarcação de todas as terras. Na nota, as lideranças repudiam os assassinatos do Cacique Chicão
Ele não vai ser enterrado,Ele não vai ser sepultado,Ele vai ser plantado,para que dele nasçam novos guerreiros,Ele vai ser plantado,assim como vivia,debaixo das vossas sombras,Para que de vós nasçam novos guerreiros.E a nossa luta não para,E a nossa luta não para,E a nossa luta não para.
Nasceu na Tribo Xukuru no dia 23 de março de 1950, filho de um casal de índios: Cícero Pereira de Araújo e Quitéria Maria de Araújo.Criado cuidadosamente pelos seus pais e querido por todos os seus familiares e parentes, crescendo no meio do seu povo e fazendo amizade.Aos 18 anos saiu de sua aldeia para a cidade mais próxima de sua aldeia, Pesqueira, para servir o Exército Brasileiro. Passou um ano e depois voltou à sua aldeia. De volta à sua terra, encontrou a moça índia, Zenilda, por quem se apaixonou e desta paixão nasceu o amor verdadeiro. Se casou com ela.No dia 3 de janeiro de 1970, depois de 5 anos de casado, o destino o levou a capital paulista, onde passou 3 anos trabalhando de motorista. Após estes 3 anos resolveu voltar à terra de origem, onde chegou a dar continuidade aos seus trabalhos para sobreviver, juntamente com sua esposa e 5 filhos. Depois nasceram mais 2 filhos.Com o passar dos tempos foi escolhido, pela ciência do Pajé, como cacique. Foi feita uma reunião com as comunidades e todos o aceitaram como Cacique Geral da Tribo Xukuru. O Pajé, Chicão e vários índios, foram para o DR da FUNAI, em Garanhuns, para pedir um documento comprovando que a partir deste dia: 15 / 05 / 1989, passaria a ser o cacique do Tribo Xukuru.A partir deste momento ele começou a fazer reuniões nas comunidades, e conversando com os índios (eles –meio cismados-) prestavam muita atenção. Pois Chicão explicava o que era ser índio e quais os direitos que tinham em benefício dos índios. Participou da Constituinte, em Brasília, em 1988, mesmo ainda não sendo cacique da tribo. A partir da sua participação na Constituinte a sua força aumentou dentro das comunidades.
DA REDAÇAO COM O FMG VIDA NEWS,
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