
Cícero Severino de Lima teve um AVC e,
desde então, tem dificuldades com movimentos do lado esquerdo do corpo.
Para não depender do transporte público e da ajuda das pessoas, ele quer
tirar a habilitação. “Quando procurei a autoescola, me falaram que
poderia ser num carro de câmbio automático e aqui em Caruaru não tem
nenhum para me ensinar”, afirma Cícero. De acordo com a Ciretran de
Caruaru, nenhuma autoescola do município dispõe do serviço para
deficientes físicos.
O coordenador da 4ª Ciretran, Joaquim
Queiroz, afirma que o processo é longo para quem tem necessidades
especiais. “A lei garante direito para todos, então o Detran tem que se
preparar. A pessoa pode vir aqui no Detran e nós vamos encaminhá-la para
uma junta médica que vai definir o tipo de deficiência e a adaptação
que ele precisa. Infelizmente, aqui em Caruaru realmente não temos
carros equipados nem junta médica permanente, então dependemos da vinda
dos médicos do Recife ou que o aprendiz se desloque até a capital para
fazer essa avaliação”, afirma Joaquim Queiroz.
Este também é um grande problema na vida
do aposentado Claudionor Elias da Silva. Ele esbarra na burocracia das
escolas sempre que tenta tirar a carteira de motorista, há cinco meses.
“A gente procurou as autoescolas para tirar habilitação para deifciente,
mas elas não têm carro adaptado”, afirma ele.
O coordenador da Ciretran explica,
ainda, que existe um movimento para levar a junta médica a Caruaru.
“Existe o movimento para fazer com que algum CFC traga o serviço para cá
ou então que o Recife disponibilize um veículo adaptado para nós”,
afirma Joaquim Queiroz. “Não posso precisar o tempo que isso vai levar
nem se vai ser concreto”, conclui.
O Detran esclarece que a lei não obriga
CFCs a oferecerem carros adaptados porque cada pessoa possui uma
necessidade diferente. O candidato que precisar de um veículo
diferenciado pode ter aulas e a prova prática no seu próprio carro
adaptado.
Fonte: G1 PE
0 comentários:
Postar um comentário