sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Apocalipse Zumbi: recifenses apostam no fim do mundo provocado pelos mortos-vivos

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Ilustrador Luiz Melo é fã de zumbis e acredita num possível holocausto causado pelos mortos-vivos
Foto: Fábio Jardelino/ NE10
"Se o mundo não acabar, o cartão de crédito acaba comigo". Piadas do tipo, envolvendo dívidas ou, na maioria da vezes, problemas que só serão resolvidos após o dia 21 de dezembro, estão na moda ultimamente. Com a proximidade do "possível" fim do mundo, previsto pelo calendário maia para esta sexta-feira (21),  a maioria cética prefere brincar com esta previsão do que levá-la à sério. Outros poucos acreditam realmente que este poderá ser o fim dos tempos. Seja ficção ou realidade, a forma como alguns encontraram para explicar o prenúncio maia é um tanto quanto excêntrica. "Acredito que os zumbis podem existir de verdade. Não como esses dos filmes, mas de uma forma mais realista. E o fim do mundo pode acontecer por causa deles", divagou o ilustrador Luiz Melo, 23 anos, crente fiel no Apocalipse Zumbi (apocalipse no qual zumbis vão dizimar a população mundial).

Brincadeiras e crenças à parte, o fato é que a "moda zumbi" chegou ao Brasil - e também ao Recife; seja impulsionado pelo "fim do mundo", seja pela comercialização de produtos com a temática, como a série The Walking Dead, transmitida pelo canal Fox, na TV fechada. Em sua sexta edição, a Zombie Walk Recife, que acontece pela primeira vez no dia 21 de dezembro (nos anos anteriores era costume acontecer dia 2 de novembro), é um demonstrativo da popularização dos mortos-vivos na capital pernambucana. "Quando nos demos conta de que o fim do mundo ia cair numa sexta-feira, dia 21, logo relocamos a data, que costumeiramente acontecia no dia dos mortos", conta o organizador do evento, Eduardo Alencar,  29.

Apesar da caminhada recifense, a maioria estará lá apenas pela diversão e não por acreditar de verdade que o fim do mundo possa acontecer a partir de um ataque zumbi, ou acreditar que essa ficção possa vir a, um dia, se tornar realidade. "As pessoas vão para brincar com isso. Com essa moda zumbi. Não necessariamente acreditam que um dia pode vir a acontecer esse ataque ou a criação de zumbis", explica Eduardo. "Claro, existem sempre os aficcionados, que fazem até planos de contenção, para quando um holocausto zumbi aconteça", brinca.

Um ataque de zumbis, apesar de ser fruto da ficção de filmes, pode não ser totalmente irreal, garantem alguns.  "Se você parar para pensar, zumbis já existem. Não com esse idealismo todo, mas existem. O que você acha de um cara que se droga até chegar num estágio que o faça atacar uma pessoa e devorar o rosto dela? Para mim, isso é um zumbi", conta Luiz. "Isso aconteceu esse ano, lá nos Estados Unidos. E existem tantos testes com novas drogas. Será que numa dessas não inventam uma que possa se aproximar dos zumbis da ficção?", questiona.

Sem acreditar realmente num ataque, ou que os mortos-vivos realmente possam existir, o organizador da Zombie Walk explica os tipos zumbis: "Morto-vivo eu não sei, mas tem o zumbi social, que é o cara que fica aí na esquina, o mendigo; o consumista, que se perde nas compras e acaba virando um tipo de zumbi. São problemas sociais, que a "mitologia zumbi" pode se enquadrar. Existem alguns tipos também na literatura e cultura zumbi de uma forma geral".

Fábio Jardelino 
Do NE10

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