Os mais de 100 indígenas que ocuparam o plenário da Câmara decidiram deixar o local na noite desta terça (16) depois de aceitar proposta formulada pelo presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O protesto dos índios manteve interrompida por mais de duas horas a sessão da Câmara.Henrique Alves propôs não instalar neste semestre a comissão especial que analisará proposta de emenda à Constituição que retira do Executivo a prerrogativa de decidir sobre demarcação de terras indígenas. A instalação da comissão foi o que motivou a ocupação do plenário pelos índios. Eles querem que a PEC seja “excluída”.O presidente da Câmara também sugeriu criar uma mesa permanente de negociação para discutir propostas de interesse dos povos indígenas.“No dia de hoje, depois de muita discussão chegou uma decisão que a gente entendeu que é favorável: adiar a instalação da comissão e criar essa mesa com os indígenas, que é o mais importante. Vai mapear tudo o que tem de ruim contra os indígenas, inclusive decretos destruindo nós”, disse o líder indígena Babu Tupinambá.Para ele, a PEC que altera as regras de demarcação é inconstitucional. “Ela retira uma função que é do Executivo, viola cláusula pétrea da Constituição brasileira, que diz o que o Executivo faz e o Legislativo faz. São poderes independentes”, afirmou.Babu Tupinambá também disse que os indígenas querem ter “voz” no Congresso. “Um Congresso que é feito para legislar sobre todos, legisla sobre alguns. A correlação de forças é o que impede a democracia. Como somos minoria neste país, se não mudar as regras do jogo, nunca vamos ter um indígena deputado.”O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) defendeu a solução proposta por Henrique Alves. “Eu acho que essa é uma boa proposta do Henrique, de haver um ambiente de negociação permanente com os índios”, afirmou.
Ocupação
Vestidos com trajes típicos, mais de cem indígenas de várias etnias tomaram o plenário e provocaram a interrupção da sessão desta terça-feira (16) da Câmara dos Deputados.Depois de circularem pelo salão verde da Câmara ao som de chocalhos, os índios decidiram, no início da noite, entrar no plenário para pressionar o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a revogar o despacho que criou a comissão especial.O grupo forçou a entrada, mas foi impedido por seguranças, que formaram um cordão humano para impedir o acesso. Diante do princípio de tumulto, parlamentares ligados a movimentos sociais convenceram os seguranças a liberar o acesso dos índios.Homens e mulheres indígenas de várias idades ingressaram no plenário cantando e dançando. Muitos deles sentaram-se nos lugares reservados aos deputados, enquanto parte do grupo ocupava o espaço central da sala de votações.Surpresos com a invasão, os deputados ficaram apenas assistindo às manifestações dos índios. Muitos parlamentares sacaram celulares e tablets para gravar e fotografar o protesto.Com trânsito entre as comunidades indígenas, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva assumiu a liderança das negociações com os manifestantes, na tentativa de convencê-los a se retirar do plenário.Da mesa da Câmara, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fez um apelo aos índios para que se retirassem do plenário e, em troca, ele receberia as lideranças no gabinete da presidência para uma negociação. Depois de mais de duas horas de interrupção, a sessão da Câmara foi retomada, já sem a presença dos índios no plenário.
Vestidos com trajes típicos, mais de cem indígenas de várias etnias tomaram o plenário e provocaram a interrupção da sessão desta terça-feira (16) da Câmara dos Deputados.Depois de circularem pelo salão verde da Câmara ao som de chocalhos, os índios decidiram, no início da noite, entrar no plenário para pressionar o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a revogar o despacho que criou a comissão especial.O grupo forçou a entrada, mas foi impedido por seguranças, que formaram um cordão humano para impedir o acesso. Diante do princípio de tumulto, parlamentares ligados a movimentos sociais convenceram os seguranças a liberar o acesso dos índios.Homens e mulheres indígenas de várias idades ingressaram no plenário cantando e dançando. Muitos deles sentaram-se nos lugares reservados aos deputados, enquanto parte do grupo ocupava o espaço central da sala de votações.Surpresos com a invasão, os deputados ficaram apenas assistindo às manifestações dos índios. Muitos parlamentares sacaram celulares e tablets para gravar e fotografar o protesto.Com trânsito entre as comunidades indígenas, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva assumiu a liderança das negociações com os manifestantes, na tentativa de convencê-los a se retirar do plenário.Da mesa da Câmara, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fez um apelo aos índios para que se retirassem do plenário e, em troca, ele receberia as lideranças no gabinete da presidência para uma negociação. Depois de mais de duas horas de interrupção, a sessão da Câmara foi retomada, já sem a presença dos índios no plenário.
DA REDAÇA COM O G1 em Brasília-Foto: Fabiano Costa / G1
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