1779 - O termo de Exu, situado junto a Serra do Araripe, foi confirmado como Freguesia em 14 de Outubro deste ano.
1846 - A Freguesia do Exu foi elevada à Povoação em 30 de Maio deste ano, pela Lei 150.
1858 - A Povoação do Exu foi confirmada como Vila em 02 de Junho deste ano, pela Lei 442.
1860 - Chega na serra
do Araripe, Dona Januária, vinda de Missão Velha no Ceará. Acompanhada
de sua filha Efigênia, se empregou na fazenda Caiçara. José Moreira
Franco de Alencar casou com Efigênia. Da união nasceram quatro filhas,
uma delas Ana Batista, conhecida por Santana. Quando completou 15 anos,
Santana viu chegar na Fazenda Caiçara, Januário e seu irmão mais velho,
Pedro Anselmo, oriundos não se sabe se de Flores ou de Pajeú das Flores,
em Pernambuco. Januário foi logo deitando os olhos em Santana.
1863 - A sede da então
Vila do Exu foi transferida para Granito, por força da Lei 548 de 09 de
Abril deste ano. Exu possuía neste último ano um Juiz Municipal, um
Tabelionato, três Distritos de Paz, um Subdelegado de Polícia, uma
agência de Correios, 27 eleitores, estando subordinada a Comarca de
Cabrobó.
1888 - Bem no estilo
feudal era senhor de braço e cutelo de Exu, Gualter Martiniano de
Alencar Araripe, que em 15 de Novembro deste ano foi agraciado pelo
Imperador D. Pedro II com o título de Barão de Exu.
1909 - Januário José
dos Santos, vindo dos Quidutes e dos Anselmos. Conhecido tocador de fole
de 8 baixos, subiu a encosta da Serra do Araripe com destino à chapada.
Mas ficou na Fazenda Caiçara, quase no sopé da Serra, propriedade do
Barão do Exú, bem onde começava o Rio Brígida que ia desembocar no São
Francisco.
Ana Batista de Jesus, ou simplesmente
Santana, era uma cabocla bonita, e deixava muito olhar na esteira do seu
caminho, sedentos daqueles olhos bonitos, daquele gingado de marrã
bravia. Daí o cuidado de Efigênia, sua mãe, conhecida por Figênia.
Espantava os mais afoitos, animava os de
melhor qualidade. E Januário caíra nas suas graças. E na Igreja de Exú,
em Setembro de 1909, o casamento foi feito, sem arranjo, sem arrumação e
principalmente sem samba. Claro: o único tocador de forró da região era
o noivo... E numa casucha construída com os amigos, Januário lá se foi
morar com Santana, morena formosa e de olhos estranhamente verdes, que
endoidavam os cabras. E Januário tinha pressa, não ia perder tempo
depois dos sacramentos...
“Fez cum ela o sanfoneiro
Um casamento feliz
E dos nove qui nascêro
Um desses nove é Luiz..."
1912 - No dia 13 de
Dezembro, uma sexta-feira, nasce, na fazenda Caiçara, terras do barão de
Exu, o segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana
Batista de Jesus, que na pia batismal da matriz de Exu recebe o nome de
Luiz (por ser o dia de Santa Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário)
Nascimento (por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de
Jesus Cristo).
1915 - Nasce no dia 05 de Janeiro, Humberto Cavalcanti Teixeira
1920 - Luiz Gonzaga,
com apenas 8 (oito) anos de idade substitui um sanfoneiro em festa
tradicional na fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do
pai. Canta e toca a noite inteira e, pela primeira vez, recebe o que
hoje se chamaria cachê; o dinheiro - 20$000 (vinte mil réis) - "amolece"
o espírito da mãe, que não o queria sanfoneiro. A partir daí, os
convites para animar festas - ou sambas, como se dizia na época -
tornam-se freqüentes. Antes mesmo de completar 16 anos, "Luiz de
Januário", "Lula" ou Luiz Gonzaga já é nome conhecido no Araripe e em
toda a redondeza, como Canoa Brava, Viração, Bodocó e Rancharia.
1921 - Em Carnaíba das
Flores, município Pernambucano do sertão do Alto Pajeú, nasce em 27 de
Fevereiro José de Souza Dantas Filho, que viria a ser um dos mais
importantes parceiros na obra de Luiz Gonzaga.
1924 - Houve uma grande
cheia e o rio Brígida subiu de nível, inundando os arredores. A casa de
Januário foi atingida, encheu de água, obrigando a família a se mudar.
Foram morar no povoado do Araripe, na Fazenda Várzea Grande.
A pedido do coronel Manoel Ayres de
Alencar, chefe político local, Luiz, já um caboclo taludo, vai com este a
Ouricuri para tomar conta de cavalo. Chegando lá vê um fole Kock de
oito baixos, marca Veado, pelo qual fica louco e passa a amolar o
coronel por causa dele. No mês seguinte, repetindo a viagem, o político
concorda em pagar a metade dos 120 mil réis do fole, desde que Luiz
arque com o resto, o que fez sem muita dificuldade, pois a essa altura
já estava ganhando tanto ou mais que o pai, para tocar.
1926 - Início real de
sua vida artística, quando tocou seu primeiro "samba" ganhando dinheiro.
Começou também a estudar no grupo de escoteiros de um sargento da
polícia do Rio de Janeiro chamado Aprígio. Seu amigo Gilberto Ayres,
filho do Cel. Ayres, o convenceu a mudar-se para a cidade, deixando o
Araripe. Hospedaram-se na casa de Dona Vitalina e o amigo Gilberto foi
seu primeiro empresário.
1929 - Conhece
Nazarena, por quem se apaixona e com quem namora às escondidas.
Rejeitado pelo pai da moça, de família importante, vai tirar satisfações
da desfeita armado com uma faquinha, após uns goles de cana. Leva uma
surra de Santana, e foge de casa para o Crato, no Ceará, onde vende sua
sanfoninha de 8 baixos.
1930 - Luiz Gonzaga
aumenta sua idade para sentar praça no Exército, na cidade de Fortaleza.
Com o advento da Revolução de 30 segue em missão militar pelo Brasil
como soldado Nascimento. Mestre Januário consegue reaver a sanfona
vendida no Crato por 80 mil réis, através de um amigo, o Sr. José
Lindolfo.
1931 - Após o término
do tempo legal de serviço militar, o soldado Nascimento escolhe
continuar servindo no Exército, instituição que representou o papel de
uma grande e importante escola. Nas horas vagas acompanhava, pelos
programas de rádio, os sucessos musicais da época.
1933 - Por não conhecer
a escala musical, é reprovado num concurso para músico numa unidade do
exército, em Minas Gerais. Vira soldado-corneteiro e ganha o apelido de
“bico de aço”.
1936 - Gonzaga aprende a
tocar sanfona de 120 baixos em Minas Gerais, com um soldado de polícia
chamado Domingos Ambrósio. Para treinar, adquire uma sanfona de 48
baixos e aproveita as folgas da caserna para tocar em festas.
1938 - Gonzaga é
ludibriado por um caixeiro-viajante, a quem paga 500 mil réis em
prestações mensais para adquirir uma sanfona branca, Honner, de 80
baixos. Foge do quartel, em Ouro Fino (MG), para ir buscar a sanfona em
São Paulo. Lá chegando, descobre que não vendiam sanfona no endereço que
o caixeiro lhe dera. Ao retornar ao hotel onde se hospedara, acaba
comprando uma sanfona igualzinha à que tinha ido buscar, pelo valor das
prestações que faltavam pagar, 700 mil réis, e que ele havia arrecadado
com a venda da sanfona de 48 baixos.
1939 - Luiz Gonzaga dá
baixa das Forças Armadas, impulsionado por um decreto que proibia para
os soldados um engajamento superior a dez anos no Exército. Desembarca
no Rio com bilhetes comprados para Recife, de navio, de onde pretendia
voltar de trem para o Exu. Enquanto aguardava a chegada do navio que o
levaria ao Recife, resolve conhecer o Mangue, o bairro boêmio vizinho. E
lá, com sua sanfona Honner branca, faz sucesso tocando valsas, tangos,
choros, foxtrotes e outros ritmos da época. Através de um músico amigo, o
baiano Xavier Pinheiro, casado com uma portuguesa, Gonzaga vai morar no
morro de São Carlos, à época tranqüilo reduto português no Rio.
Explode a segunda Guerra Mundial. O
Brasil é literalmente invadido pela música estrangeira, principalmente a
Norte Americana.Conhece o violonista Sepetiba. É o ano em que se
apresenta pela primeira vez em um palco, no cabaré O Tabu na rua Mem de
Sá.
1940 - Como outros
artistas disputa à duras penas um lugar ao Sol. Toca todo tipo de
música, de Blues a Fox Trotes; imita artistas famosos da época, como
Manezinho Araújo, Augusto Calheiros e Antenógenes Silva. Começa a
apresentar-se em programas de rádio, como calouro. Luiz Gonzaga modifica
o seu repertório, pressionado por estudantes cearenses, e consegue
tirar nota máxima no programa Calouros em desfile, de Ary Barroso, na Rádio Tupi, executando a música Vira e Mexe, um “xamego” (chorinho) lá do seu pé-de-serra. Pouco tempo depois vai trabalhar com Zé do Norte no programa A hora sertaneja,
na Rádio Transmissora. Chega ao Rio seu irmão José Januário Gonzaga (Zé
Gonzaga), fugindo da seca devastadora e trazendo um pedido de ajuda por
parte de Santana. Zé Gonzaga passa a morar com o irmão.
1941 - 5 de março. Data
da primeira participação de Luiz Gonzaga numa gravação da Victor,
atuando como sanfoneiro da dupla Genésio Arruda e Januário França, na
“cena cômica” A viagem de Genésio. Seu talento chama a atenção
de Ernesto Augusto Matos, chefe do setor de vendas da Victor. E no dia
14 de março Luiz Gonzaga grava, assinando pela primeira vez como artista
principal, e exclusivo da Victor, quatro músicas que são lançadas em
dois 78 rotações.
É publicada a primeira reportagem sobre Luiz Gonzaga na revista carioca Vitrine, com o título Luiz Gonzaga, o virtuoso do acordeom. Ainda em 41, Gonzaga grava mais dois 78 rotações.
O sucesso havia chegado, e Gonzaga já era chamado como “o maior sanfoneiro do nordeste, e até do Brasil”.
O Estado Novo comemora seu quarto aniversário. Vai ao ar a primeira radionovela brasileira: Em Busca da Felicidade.
Nos anos seguintes grava cerca de 30
discos 78 rpm, muitos choros, valsas e mazurcas, todos em solo pois a
Victor insiste em não lhe permitir cantar em seus discos, que até então
eram só instrumentais. Inicia na Rádio Clube do Brasil para onde foi
levado por Renato Mource, substituindo Antenógenes Silva no programa
Alma do Sertão. A firma era na época a Victor.
Também neste ano conheceu César de
Alencar na Rádio Clube do Brasil, quando o mesmo era o locutor do
programa Alma do sertão sob o comando de Renato Mource. Foi quando
apareceu Dino, violonista de sete cordas que tinha a mania de apelidar
todo mundo. Ao ver a cara redonda de Luiz Gonzaga Dino imediatamente o
chamou de Lua.
Nasce em Garanhuns José Domingos de
Morais que viria a ser o sanfoneiro Dominguinhos, de quem Luiz Gonzaga
se tornou um segundo pai e que o tratava como "pai impostor". Luiz
Gonzaga começa a fazer sucesso e as emissoras de rádio a se interessar,
de fato, pelo novo cartaz. Enquanto isso, o Brasil declara guerra à
Alemanha e seus aliados.
1943 - Trazido pelas
mãos do radialista Almirante - que também foi responsável pela
descoberta de Gonzaga - o sanfoneiro catarinense Pedro Raimundo estréia
na Rádio Nacional com suas roupas de gaúcho. Inspirado nele, Gonzagão
passa a se apresentar vestido de nordestino. Nessa época, irritado com a
interpretação dada por Manezinho Araújo para a sua "Dezessete e
Setecentos", parceria com Miguel Lima, o sanfoneiro passa a cantá-la.
Chovem cartas pedindo que ele continue cantando.
1944 - É despedido da
Rádio Tamoio e, imediatamente, contratado por Cr$ 1.600,00 pela Rádio
Nacional, onde o então radialista Paulo Gracindo divulga seu apelido
"Lua", por causa do seu rosto redondo e rosado. Ataulfo Alves e Mário
Lago são os destaques do ano na área musical, com Atire a Primeira
Pedra.
1945 - Consegue então o
que desejava. Grava seu primeiro disco tocando e cantando, a mazurca
Dança Mariquinha, parceria com Miguel Lima, primeira gravação com o
dito e chama a atenção pelo timbre de voz e desenvoltura no cantar.
Nesse mesmo ano, e ainda em parceria com Lima grava outros dois discos
interpretando Penerô Xerém e Cortando Pano.
Querendo dar um rumo mais nordestino
para suas composições, Gonzagão procura o maestro e compositor Lauro
Maia, para que este coloque letras em suas melodias. Maia porém
apresenta-lhe o cunhado, o advogado cearense Humberto Cavalcanti
Teixeira, com quem Luiz Gonzaga viria a compor vários clássicos.
No dia 22 de setembro, nasce de uma
relação com a cantora Odaléia Guedes dos Santos o Seu filho Luiz Gonzaga
do Nascimento Júnior
1946 - No mês de outubro o conjunto Quatro Ases e um Coringa, da Odeon, acompanhado pela sanfona de Luiz Gonzaga, grava a segunda parceria de Gonzaga e Humberto Teixeira, a música Baião, sucesso em todo país.
Depois de receber a visita de Santana,
Gonzaga volta à sua terra, Exu, após 16 anos ausente. No retorno para o
Rio, passa pela primeira vez no Recife, participando de vários programas
de rádio e muitas festas. Nesse momento conhece Sivuca, Nelson
Ferreira, Capiba e Zé Dantas, estudante de medicina, músico por vocação,
apaixonado pela cultura nordestina.
1947 - Luiz Gonzaga grava em março o 78 rpm que se tornaria um clássico da música brasileira: a toada Asa Branca, sua terceira parceria com Humberto Teixeira, inspirado no repertório de tradição oral nordestina.
A partir desse ano, Luiz Gonzaga adota o
chapéu de couro semelhante ao usado por Lampião, a quem tinha
verdadeira admiração, à sua apresentação artística, - embora a Rádio
Nacional ainda não o permitisse apresentar-se ‘como cangaceiro’ nos seus
programas - assumindo, ao mesmo tempo em que também plasmava, a
identidade nordestina no cenário nacional.
Num domingo de julho, Gonzaga conhece na
Rádio Nacional, a contadora Helena das Neves Cavalcanti, e a contrata
para ser sua secretária. Rapidamente o namoro acontece, e Gonzaga pensa
em casar.
Neste ano aconteceu o primeiro encontro de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, no Recife.
1948 - No dia 16 de
junho Luiz Gonzaga e Helena casam-se no Rio de Janeiro, e passam a
morar, juntamente com a mãe de Helena, dona Marieta, no bairro de
Cachambi.
1949 - Aproveitando uma
folga entre as gravações, Luiz Gonzaga leva a esposa e sogra para
conhecerem o Araripe, e sua terra Exu. Porém, interrompem a viagem
quando estavam no Crato, por causa das desavenças e mortes entre os
Sampaio e os Alencar. A grande violência que marcava a disputa entre os
clãs rivais ameaçava sua família, ligada aos Alencar. Preocupado,
Gonzaga aluga uma casa no Crato, para onde leva seus pais e irmãos,
enquanto preparava a mudança de sua família para o Rio de Janeiro, o que
ocorreu ainda em 49.
1950 - Em janeiro, o
médico formando Zé Dantas chega ao Rio, a fim de prestar residência no
Hospital dos Servidores, para alegria de Gonzaga, que vai esperá-lo na
plataforma da estação de trem. Nesse ano, Luiz Gonzaga lançou, gravando
ou cedendo para outros intérpretes, mais de vinte músicas inéditas, a
maioria parcerias com Humberto Teixeira e Zé Dantas que se tornariam
clássicos da MPB. Em junho lança a música A dança da moda, parceria com Zé Dantas que retratava a febre nacional pelo baião.
1951 - Luiz Gonzaga já era o consagrado ‘Rei do Baião’, e o advogado Humberto Teixeira o ‘Doutor do Baião’!
Em maio Luiz Gonzaga sofre um grave
acidente de carro, junto com seus músicos: João André Gomes, apelidado
Catamilho, do zabumba, e Zequinha, do triângulo, o que motivou a
composição Baião da Penha e uma reportagem especial na revista O
Cruzeiro.
Humberto Teixeira candidata-se a Deputado Federal, e recebe o apoio do parceiro.
Durante todo o ano de 51 Gonzaga foi convidado permanente da série No Mundo do Baião,
produzido por Zé Dantas, parte das atrações do Departamento de Música
Brasileira da Rádio Nacional, cuja direção era de Humberto Teixeira.
Gonzaga havia aproximado os dois parceiros, mas essa convivência era
difícil e durou pouco tempo.
Foi No Mundo do Baião que Luiz
Gonzaga coroou, com chapéu de couro, Carmélia Alves como Rainha do
Baião. Ela interpretava o baião com acompanhamento de orquestra, e
levava a música do Rei para as boates e ambientes da elite.
Um jornal carioca publica que "Luiz
Gonzaga velho e superado, acaba de assinar contrato com uma firma para
viajar pelo Brasil". Puro preconceito, pois Gonzaga reinou soberano de
45 a 55, 56. As 17 prensas da RCA Victor trabalhavam exclusivamente para
ele.
Em março deste ano encerrou seu contrato
com a Rádio Nacional e firmou um novo com a Rádio Mayrink Veiga, mesmo
oficialmente vinculado à Rádio Cultura de São Paulo.
1952 - Outubro de 1952,
data do 71º disco da carreira de Gonzaga, o último 78 rpm com Humberto
Teixeira, músicas já lançadas em anos anteriores.
Hervê Cordovil é apresentado à Gonzaga por Carmélia Alves, e tornam-se parceiros.
Luiz Gonzaga e Helena adotam uma menina: Rosa Maria.
1953 - Catamilho é
afastado por Gonzaga do seu conjunto, e Zequinha o acompanha. Gonzaga
contrata Jurai Nunes, o Cacau, para tocar zabumba, e Oswaldo Nunes
Pereira, o Xaxado para o triângulo. Mais tarde, por causa de sua baixa
estatura, Xaxado seria apelidado de Salário Mínimo.
1954 - Luiz Gonzaga
reencontra Neném, mais tarde Dominguinhos, aos 14 anos, no Rio de
Janeiro. Gonzagão convida Jackson do Pandeiro e sua mulher Almira, para
morarem no Rio de Janeiro. Fariam grande sucesso com seus cocos e são
considerados o lado urbano da música nordestina, enquanto Gonzaga seria o
agreste. Já no Sertão Pernambucano, em Serrita, nas Caatingas do sítio
Lages, era encontrado morto, no dia 08 do mês de Julho, o vaqueiro
Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga, fato que depois viria a originar a
Missa do Vaqueiro.
1955 - Luiz Gonzaga grava seus primeiros discos compactos de 45 rpm.
Também neste mesmo ano gravou o seu primeiro LP de 10 polegadas, 33 rpm, pela RCA Victor. Uma Compilação dos disco de 78 RPM.
Luiz Gonzaga apresenta o trio formado por Marines, Abdias e Chiquinho, que ficou conhecido como Patrulha de Choque Luiz Gonzaga.
1956 - A Lei 1544/56,
de autoria do então Deputado Federal Humberto Cavalcanti Teixeira, que
limita a execução de músicas estrangeiras no Brasil é aprovada.
Começo das tentativas de aproximação do
vaqueiro Zé Marcolino - José Marcolino com o Rei do Baião, através de
correspondências que, segundo o próprio nunca chegaram às suas mãos. O
encontro pessoal se daria mais tarde no ano de 1960.
Marinês é coroada Rainha do Xaxado na Rádio Mayrink Veiga.
A cantora japonesa Keiko Ikuta grava as músicas Baião de Dois e Paraíba.
1957 - Grava o primeiro
disco com composição de Onildo Almeida. Em um lado A Feira de Caruaru e
no outro Capital do Agreste de Onildo Almeida e Nelson Barbalho.
1958 - Começa o apogeu
da Bossa Nova com João Gilberto, Tom Jobin, Vinícius e outros. O
movimento cresce com adesão de Carlos Lira, Roberto Menescal, Baden e
outros mais. Luiz Gonzaga por sua vez gravou seu primeiro LP de 12
polegadas, 33 rpm. Pela RCA Victor. XAMEGO
1960 - 11 de junho:
morre Santana, vitimada pela doença de Chagas, no Rio de Janeiro. 05 de
novembro: Januário, aos 71 anos, casa-se com Maria Raimunda de Jesus, 32
anos, no Exu.
Gonzaga participa, gratuitamente, da campanha de Jânio Quadros à Presidência da República.
1961 - Luiz Gonzaga
entra para a Maçonaria. Neste ano compõe com Lourival Silva e grava
Alvorada de Paz, em homenagem ao então Presidente da República Jânio
Quadros, que renunciaria sete meses após assumir a Presidência.
Conheceu pessoalmente José Marcolino - o
Zé Marcolino, de quem gravaria depois várias obras. Gonzaguinha vai
morar com o pai em Cocotá, Rio de Janeiro. Luiz Gonzaga torna-se maçom, e
sofre outro acidente de carro, ferindo gravemente o seu olho direito.
1962 - 11 de março: morre Zé Dantas, aos 41 anos. Luiz Gonzaga conhece João Silva.
1963 - De sua parceria
com Nelson Barbalho grava A Morte do Vaqueiro no mesmo ano conhece o
poeta popular cearense Patativa do Assaré . O clima político é tenso, e
os brasileiros decidem em plebiscito a volta do sistema
presidencialista.
Luiz Gonzaga teve sua sanfona Universal,
preta, roubada. Antenógenes Silva, seu amigo e afinador, lhe empresta
uma sanfona branca. A partir de então, adota a cor branca para suas
sanfonas, e a inscrição “É do povo” em todos os seus instrumentos.
1964 - Grava a
composição A Triste Partida de Patativa do Assaré. O sucesso é total
principalmente junto ao nordestino que vive no Sul. Grava também, no LP O
Sanfoneiro do Povo de Deus a primeira composição de Gonzaguinha,
"Lembrança de Primavera".
1965 - Asa Branca é
gravada por Geraldo Vandré em seu Lp "Hora de Lutar". Gilberto jovem, um
compositor jovem da Bahia começa a citar Luiz Gonzaga em suas
entrevistas, como uma de suas maiores influências. Mais adiante Luiz
Gonzaga gravaria duas composições de Vandré (Para Não Dizer Que Não
Falei das Flores e Fica Mal Com Deus), como retribuição.
1966 - Sinval Sá lança o
livro O Sanfoneiro do Riacho da Brígida - Vida e Andanças de Luiz
Gonzaga - O Rei do Baião. O sanfoneiro é impedido de cantar no festival
FIC 66, a música São os do Norte Que Vêm, de Capiba e Ariano Suassuna.
1968 - Um pouco fora de
destaque no cenário musical, Luiz Gonzaga viu seu nome novamente em
ascensão depois que, nesta ano, Carlos Imperial espalhou no Rio de
Janeiro que o conjunto Inglês The Beatles acabara de gravar a música Asa
Branca. Não era verdade, mas foi o que bastou para que Gonzaga voltasse
às manchetes. E por um longo tempo Gonzaga sempre falou em entrevistas,
do interesse "dos cabeludos de Liverpool por essa música". Luiz Gonzaga
é destaque na 1ª edição da Revista Veja, em 11 de setembro, com a
matéria Gonzaga: a volta do Baião. Luiz Gonzaga conhece Edelzuíta Rabelo numa festa junina em Caruaru.
1970 - Para os anos 70
estava reservada a explosão dos ritmos estrangeiros, particularmente o
Rock'n'roll, oriundo dos anos 50, onde encontrava defensores como Cely e
Tony Campelo, Carlos Gonzaga, etc. Era a presença em nossa música os
Beatles, ingleses. Dos Estados Unidos chegava a música de Elvis Presley.
No Brasil era a vez de Roberto Carlos que já vinha com o seu programa
Jovem Guarda. Carlos Imperial, Erasmo Carlos etc., davam força ao
movimento.
1971 - Lança o LP "O
Canto Jovem de Luiz Gonzaga". O produtor Rildo Hora alega que "este
disco não é para sucesso e sim uma homenagem para a juventude.” Em
Londres Caetano Veloso grava Asa Branca, assim como Sérgio Mendes e seu
Brasil 77. É o ano do primeiro contato do então desconhecido Fagner com
Luiz Gonzaga, no Rio. O sanfoneiro apresenta-se em Guarapari fazendo
sucesso entre os hippies de então.
Foi também do ano de 1971 que, por
iniciativa do Padre João Câncio, com o apoio do cantor Luiz Gonzaga -
primo de Raimundo Jacó - e pelo poeta Pedro Bandeira, famoso repentista
do Cariri, realizou-se a primeira Missa do vaqueiro, no sítio Lages, na
cidade de Serrita, em pleno sertão Pernambucano, como homenagem a
Raimundo Jacó, que teria sido morto por um companheiro, e principalmente
em forma de tributo ao vaqueiro nordestino. Mas a principal preocupação
do Pe. Joâo Câncio era trazer de volta para a igreja os vaqueiros. Com a
celebração o Padre Vaqueiro conseguiu ver seu desejo realizado.
1972 - Pelas mãos de
Capinam apresenta o espetáculo "Luiz Gonzaga Volta Para Curtir" no
Teatro Teresa Raquel, no Rio de Janeiro. Sob a direção de Jorge Salomão e
Capinam, o delírio é total, e é a primeira vez que Gonzagão enfrenta
uma platéia somente de jovens.
1973 - Deixa a RCA
Victor e passa para a Odeon, por um breve espaço de tempo, embalado pelo
sucesso reconquistado. Tenta lançar sua candidatura a deputado Federal
pelo então MDB mas desiste logo da idéia, quando sentiu que os votos
que obteria seria em troca de favores. Inezita Barroso grava Asa Branca
como também o cantor grego Demis Roussos, sob nome de White Wings, com
letra em inglês.
O então Governador de Pernambuco Eraldo
Gueiros Leite, seriamente preocupado com o clima de discórdia e
violência reinante em Exu, pediu para que Luiz Gonzaga tentasse
apaziguar os conflitos entre famílias tradicionais daquela cidade. Neste
mesmo ano por iniciativa da Prefeitura do Município de Serrita, foi
erigida a estátua de Raimundo Jacó, esculpida por Jota Mendes, artista
de Petrolina. Também neste ano grava seu primeiro LP pela Emi Odeon.
1974 - É construído o
Parque Nacional do Vaqueiro, e criada em 24 de Outubro desse mesmo ano a
Associação dos Vaqueiros do Alto Sertão Pernambucano.
1975 - Luiz Gonzaga reencontra Edelzuíta, o grande amor da fase final de sua vida.
1976 - O Projeto
Minerva dedica um especial à obra de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano grava
seu primeiro compacto simples de 33 rpm pelo selo Jangada, com a
música Samarica Parteira de Zé Dantas. A música ocupou as duas faces do
disco.
1977 - Estréia no
"Seis e Meia", no Teatro João Caetano ao lado de Carmélia Alves. O
sucesso é total, inclusive com grande afluência de jovens ao Teatro.
1978 - É lançado no
mercado um disco como forma de menção especial a Luiz Gonzaga, - a
Grande Música do Brasil, a Grande Música de Luiz Gonzaga, pela
Copacabana, produzido por Marcus Pereira com arranjos e direção de
orquestra a cargo do maestro Guerra Peixe. É uma versão sinfônica de
clássicos da obra de Luiz Gonzaga. Foi também o ano da morte de
Januário, no dia 11 de Junho.
1979 - Morre o
compositor, advogado e instrumentista Humberto Teixeira. E Luiz Gonzaga
grava o Disco Eu e Meu Pai em homenagem a Januário.
1980 - Em Fortaleza,
depois de ser literalmente atropelado pêlos seus fãs e por fiéis da
igreja, Luiz Gonzaga canta para o Papa João Paulo II. Recebe do sumo
pontífice a expressão - Obrigado Cantador. Foi um dos mais emocionantes e
gratificantes momentos da vida do sanfoneiro, que novamente pensou em
candidatar-se a política, mas desistiu aconselhado por amigos.
1981 - A RCA Victor presta-lhe significativa homenagem pelo marco de seus 40 anos de carreira, com o lançamento do disco A Festa:
Apresenta-se no festival de verão do
Guarujá, na praia de Pitangueiras, ao lado do veterano Osmar Macedo,
co-fundador do Trio Elétrico Dodô e Osmar. Neste mesmo ano visita o
então Presidente da República Aureliano Chaves, pedindo-lhe que
intervenha em Exu, devido às rixas entre as famílias Saraiva, Alencar e
Sampaio, fato que acontece poucos dias depois terminando com uma
rivalidade que já durava alguma décadas.
E através do decreto do poder executivo
estadual 7.549, de 09 de novembro de 1981, foi nomeado interventor de
Exu o major PM Jorge Luiz de Moura, decreto este publicado no Diário
Oficial número 209, do dia 10 de novembro.
Grava Junto com Gonzaguinha o Disco
Descanso em Casa , Moro no Mundo. Os dois fizeram juntos incríveis
apresentações por todo Brasil.
1982 - Atendendo
convite da cantora Nazaré Pereira, viaja para a França apresentando-se
em Paris no teatro Bobinot. A cantora fazia sucesso com a música Cheiro
da Carolina e decidiu levar o Rei para a França o conhecer. Na platéia,
entre outros, estavam Maria Bethânia, Celso Furtado e o ex-ministro
Nascimento e Silva.
A partir desse ano, Luiz Gonzaga passa a
assinar como Gonzagão quase todos os seus disco, forma como havia sido
chamado por ocasião de sua turnê com Gonzaguinha.
1983 - Lança o disco 70 anos de sanfona e simpatia.
1984 - Gonzaga recebe o primeiro disco de Ouro com o LP Danado de Bom,
no qual tinha João Silva por principal parceiro, e que receberia um
segundo Disco de Ouro em seguida. João Silva seria seu grande parceiro, a
partir de então. Gonzaga recebe o Prêmio Shell.
Luiz Gonzaga canta no disco de Gal Costa
- Profana em uma faixa em homenagem a Jackson do Pandeiro. Grava seu
primeiro LP com o Cearense Raimundo Fagner.
1985 - É agraciado com o troféu Nipper de Ouro. Além dele, somente o cantor Nelson Gonçalves recebe tal troféu.
1986 - Luiz Gonzaga participa do festival de música brasileira na França, Couleurs Brésil, evento que inaugura o programa dos anos Brasil-França 86-88. O Rei do Baião apresentou-se na Grande Halle de La Villette no show de encerramento, junto com outros artistas brasileiros, para um público aproximado de 15 mil pessoas.
O LP Forró de Cabo a Rabo, deu a Luiz Gonzaga dois discos de ouro.
1987 - Luiz Gonzaga, o
Gonzagão, recebe pela RCA o primeiro disco de platina de sua carreira,
com o LP Forró de Cabo a Rabo, lançado em 1986.
1988 - A RCA Victor
lança uma caixa luxuosa com cinco LPs, batizada de 50 Anos de Chão,
produzida por José Miltom, cobrindo a carreira de Gonzaga desde as
primeiras gravações instrumentais. Fagner produz o segundo LP de
encontro com o Rei.
Luiz Gonzaga assina contrato com a gravadora Copacabana, que lançaria os últimos quatro LPs de sua carreira.
Em junho pede o desquite, separa-se de Helena, e assume o relacionamento com Edelzuíta Rabelo.
1989 - Grava seu
primeiro LP pela Copacabana, seguidos de mais três LPs, que seriam os
últimos de sua carreira. No dia 06 de Junho, Luiz Gonzaga sobe pela
última vez num palco, com o auxílio de uma cadeira de rodas. A platéia
presente no teatro Guararapes no Centro de Convenções no Recife não
podia prever que não mais veria o Velho Lua. Ao lado de Dominguinhos,
Gonzaguinha, Alceu Valença e vários outros amigos e parceiros, e
desobedecendo à ordens médicas. Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de Agosto
de 1989, às 05.15hs, no Hospital Santa Joana, no Recife, onde dera
entrada há 42 dias. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa do
Estado e o Governo de Pernambuco decretou luto oficial por três dias.
No dia 13 de dezembro, Gonzaguinha,
Fagner, Elba Ramalho, Domiguinhos, Joãozinho do Exu e Joquinha Gonzaga
cantam à meia noite parabéns para Luiz Gonzaga, em Show realizado em
Exu. Nesse mesmo dia, pela manhã, foi inaugurado em Exu por Domiguinhos e
Gonzaguinha o Museu do Gonzagão.
Itapuama FM
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