Os rastros de destruição da maior seca dos últimos anos no Nordeste atingem em cheio o polo avícola de Pernambuco, que mantém São Bento do Una na hegemonia em produção de ovos claros de todo o Nordeste.
São mais de 19 milhões de unidades
mensais, enquanto em frangos de cortes a produção é de, aproximadamente,
1 milhão e meio de unidades ao mês. A longa estiagem encareceu a
produção dos criadores de aves.
Sem água em seus aviários, eles passaram
a adicionar um custo a mais para entregar os frangos com 35 ou 45 dias
de vida. Um carro-pipa de pequeno porte custa R$ 50 em média, mas o
gasto mensal fica em R$ 500, já que em 30 dias 10 mil aves consomem 10
carros pipas.
Em Cachoeirinha, município integrante do
polo avícola do Estado, Adeilton Alves da Silva, 52 anos, gasta em
média R$ 500 com água e diz que o negócio está ficando inviável. Ele
mantém 10 mil pintos em seu aviário, que são entregues com 35 dias à
mesma empresa que terceiriza a sua estrutura. “A gente está pagando
para produzir frangos”, desabafa ele.
Adeilton tem ao redor da sua propriedade
dois açudes, que secaram nos últimos dias por causa da estiagem. Para
ele, se o Governo quisesse de fato ajudar os criadores de frango
deveriam adotar uma política de perfuração de poços artesianos.
Mesma situação enfrenta na pele o
criador Paulo Lucas, 72 anos, 50 anos na atividade. Com granja em
Lajedo, sem poço e sem nenhum recurso para captar água, ele desembolsa
mais de R$ 500 por mês para manter a produção abastecida de água,
recorrendo à indústria do carro pipa.
Magno Martins
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