quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vacina terapêutica contra a Aids entra em nova fase de pesquisa

Mais um importante passo no desenvolvimento da vacina terapêutica contra a Aids foi anunciado nesta quarta-feira (7), por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desta vez, será feito o estudo genético dos pacientes. Elaborada em conjunto por cientistas das universidades federais de Pernambuco e do Rio de Janeiro e da Universidade de São Paulo (USP), a vacina conseguiu resultados animadores em 11 anos de estudos.

Até então, dos 18 pacientes que fizeram o tratamento, nove conseguiram reduzir a quase zero a sua carga viral. “A carga viral quase zerou. Chegou a valores extremamente baixos, partindo de uma situação com 30 mil cópias, 50 mil cópias do vírus, chegaram a um nível que chamamos de indetectável. Os sintomas praticamente desapareceram nesses pacientes”, comentou o geneticista Sérgio Crovella.

Nesta segunda fase, os pesquisadores estão em busca de respostas para entender porque a vacina apresentou resultados significativos apenas em alguns pacientes. Além dos 18 voluntários que testaram a vacina terapêutica na primeira fase, mais 25 portadores do vírus HIV foram vacinados para avaliação e acompanhamento.

Para alcançar este resultado os pesquisadores farão o estudo do genoma completo dos pacientes, a fim de estabelecer a relação direta entre a predisposição genética dos portadores do vírus HIV e a resposta à vacina terapêutica. A partir daí os pesquisadores deverão concluir as análises genéticas, para então fazer uma triagem dos pacientes que reagem melhor ao tratamento e, enfim, aprimorar a vacina.

“A gente vai colocar a palavra "fim", pelo menos na parte genética dos pacientes. Ou seja, estudando o genoma completo a gente vai saber o que o paciente tem, em nível de predisposição ou suscetibilidade, para ter uma resposta boa ou fraca à vacina”, explicou Sérgio Crovella.

Os pesquisadores informaram ainda que só depois desta fase da identificação dos fatores genéticos envolvidos no sucesso da vacina – que deve durar dois anos – é que começa a terceira fase, envolvendo um número maior de pacientes. Eles também esclareceram que a vacina terapêutica não é preventiva, e sim um tratamento, para aqueles que já contraíram o vírus HIV.

Outra boa notícia anunciada pelos cientistas da UFPE foi a liberação de R$ 4 milhões, que serão voltados para a construção do Núcleo de Excelência, devotado ao estudo de doenças genéticas complexas. Segundo eles, esse núcleo da UFPE deverá tratar pacientes do SUS com problemas genéticos.

Do G1 PE

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