Robson Alves da Silva, sem qualquer consulta a um profissional de saúde, seguiu conselhos dos amigos e começou a autoaplicação nos dois braços. Foram 15 aplicações durante quatro meses. E, a pouco mais de um ano vem sofrendo as consequências.
No caso do mecânico, a busca pelo corpo perfeito, passou pela falta de informação e pelo desespero de quem queria voltar ao mercado de trabalho. Sem dinheiro e sem perspectiva de emprego, está pedindo ajuda financeira aos amigos para conseguir uma ressonância magnética, exigida pelo médico, antes de submeter uma cirurgia reparadora.
O medo de Robson é justificado. Após ser injetado nos braços, o óleo mineral forma uma espécie de bolsa entre os feixes musculares, criando um processo inflamatório, infecciona e deixa o tecido necrosado. É o caso do mecânico. O resultado foi o oposto do que ele pretendia ao injetar a substância no próprio corpo.
O relato do mecânico é dramático. “Eu estava desempregado. Daí entrei na onda e fiz aplicação do produto nos dois braços. Estou tendo náuseas, febre, dores pelo corpo e vários problemas de saúde”, admite. Sua luta agora é para fazer a cirurgia o mais rápido possível, na tentativa de estancar a ação do óleo mineral em seu corpo.
“Já fui há vários hospitais. Falei com dezenas de médicas aqui em João Pessoa e em Recife, mas até agora nenhuma solução. Estou dependendo do exame para o médico analisar se vai ser possível fazer a cirurgia.
Em casos mais graves, o uso desses ‘anabolizantes’ pode resultar em cirrose, disfunção sexual, alteração hormonal, amputação dos membros e até óbitos. O óleo mineral pode ser comprado em farmácias e é usado no tratamento da prisão de ventre, por via oral. Ainda tem sua indicação para uso externo, na pele, para prevenir e tratar ressecamento.
O corpo de Robson apresenta hematomas e vermelhidão. Os músculos dos dois braços estão visivelmente deformados e o tronco com sinais de inchaço. Ele está assustado e arrependido.
Portal Correio
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