Há mais de um ano, José Enilson, 45 anos, morador da Fazenda Papagaio, em Floresta (434 quilômetros do Recife), dois filhos e R$ 130 por mês, assiste a um terrível espetáculo: seu rebanho entristece, cai e morre. Perdeu seis cabeças de gado. Perdeu mais 40 bodes. Todos foram vítimas da sede e da fome. Depois de levar os animais para o meio da caatinga, para que eles possam encontrar na terra seca algo para enganar a barriga, ele volta para guardar o rebanho. Aponta um dos bichos: “Aquele boi ali tá tão magro que a barriga colou. O osso já encontrou o vazio”.
Não deveria ser assim. O agricultor se inscreveu há quatro meses no programa Vendas em Balcão, onde o governo federal, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), subsidia o excedente de milho vindo do Centro-Oeste (R$ 18,12 até 3 mil quilos; R$ 21,60 até 7 mil quilos; R$ 24 até 14 mil quilos de milho). Nunca recebeu nenhuma das sacas de milho prometidas. Como vários agricultores e pecuaristas entrevistados nesta série, recorre ao xique-xique e ao mandacaru (este com extração proibida pelo Ibama) para conseguir atenuar a situação-limite de seus animais. Há meses José não se dá ao luxo de pensar em adquirir qualquer produto além da comida para manter vivos os animais que custou a ter. Mas nem mesmo isso a seca permite que ele faça.
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http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/noticia/2012/11/20/empurrados-para-a-fome-64108.php
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